Contencioso
Eleitoral/PAIGC diz duvidar
de um pronunciamento livre do Supremo
Tribunal de Justiça
Bissau 15 Jun 20 (ANG) – O Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), questionou hoje as garantias de um pronunciamento livre e justa do Supremo Tribunal de Justiça(STJ) sobre o contencioso eleitoral, se um dos concorrentes as eleições presidenciais já ocupa o posto do Chefe de Estado.Num comunicado à imprensa dessa formação politica à que a ANG teve acesso, os libertadores referem que o seu candidato as eleições presidenciais de Dezembro de 2019 sente-se na obrigação de dirigir ao Povo, militantes e simpatizantes bem como à comunidade internacional, alertando-os para contornos perigosos que se desenham para o futuro da Guiné-Bissau.
“Temos constatado que o processo político nacional passou a ser dominado por uma prática de acusações e ameaças públicas, aliciamentos financeiros e outros, que se conclui no controlo e domínio das estruturas”, diz o comunicado.
Acrescenta: “se não vejamos,
no próprio dia da realização da segunda volta das eleições presidenciais, foram
feitas fortes acusações contra o Presidente da Comissão Nacional de Eleições(CNE)
que desapareceu para depois ressurgir já na veste de defensor incondicional
do candidato Sissoco Embalo”.
O comunicado refere que, com
o abandono do posto de Chefe de Estado, por José Mário Vaz, o Presidente da
Assembleia Nacional Popular foi legalmente investido como o Chefe de Estado e
vinte e quatro horas depois, anuncia a sua renúncia por se sentir ameaçado e
temer pela segurança da sua família.
O comunicado ainda refere
que, com o apoio claro das Chefias Militares, Umaro Sissoco Embalo toma posse como Presidente da República
e demite Governo constitucional e nomeia um novo executivo.
Tudo isso segundo o documento,
aconteceu sem que haja nenhuma reação da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), presente no país para proteger as instituições e seus
titulares.
Na missiva, o PAIGC indica que a mesma
estratégia está agora a ser aplicada ao Supremo Tribunal de Justiça, primeiro
através de ameaças e acusações públicas, tanto aos juízes como a própria
instituição, seguida de telefonemas de Umaro Sissoco aos juízes tidos como mais
resistentes à sua vontade, colocação de homens armados ao redor e no
recinto do Supremo Tribunal, que
constitui um quadro tenebroso para a democracia.
O PAIGC questionou das garantias
sobre um pronunciamento livre e justo do
STJ sobre o contencioso eleitoral, bem como da liberdade e independência dos
juízes, que diz ser ameaçados publicamente e ao mesmo tempo das avultadas somas
em dinheiro que lhes são entregues em vésperas da reunião da plenária da
instituição.
“Como pode o STJ decidir
este processo, ignorando os incidentes de inconstitucionalidade ocorridos e a
parcialidade já assumida por alguns dos seus membros”, questiona o PAIGC na
nota.
A nota frisa ainda que o “quadro da anarquia e caos” ao que o país poderá ser levado será da responsabilidade exclusiva dos actores políticos que controlam o poder no momento, dos órgãos da soberania que se sujeitam à essa deriva institucional e da Comunidade Internacional, com particular destaque para a CEDEAO, que assiste e patrocina esta “prática criminosa” num Estado membro.ANG/MSC/ÂC//SG
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