terça-feira, 2 de junho de 2020


Política/Odete Semedo diz que o líder da ANP tem vários materiais a sua disposição e não deve  cair em erros

Bissau,02 Jun 20(ANG) - A segunda-vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), afirmou que o presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP), Cipriano Cassamá, tem a sua disposição várias opções  e é preciso que não se deixe cair em erros de paralaxe.

Maria Odete Costa Semedo falava segunda-feira aos jornalistas à saída do encontro de auscultação com o presidente da ANP para encontrar uma solução política que leve à formação de novo governo, de base alargada.
A iniciativa do presidente da ANP insere-se no âmbito da recomendação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que instou ao Presidente Umaro Sissoco Embaló a nomear um novo primeiro-ministro e novo governo respeitando os resultados  das eleições legislativas de 10 de março de 2019, ganhas pelos libertadores (PAIGC). 
Maria Odete Semedo lembrou que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs às autoridades nacionais uma saída política e o PAIGC abraçou essa proposta, deixando cair assim, vários aspetos e prerrogativas para ver se se criam  as condições para que o país possa ter um governo de base alargada e possa caminhar para o desenvolvimento.
“Cipriano Cassama tem na sua frente  um lápis, copo e água, agora vai depender da capacidade dele observar o que tem a frente e tomar uma decisão, de contrário vai respaldar sobre a sua responsabilidade. Nessa hora é a própria maioria confortável que o PAIGC tem que poderá estar a ser posta em causa”, avisou.
Semedo disse que no encontro,  alertaram ao presidente da Assembleia Nacional Popular sobre o desafio que tem pela frente, sendo um assunto que cabia à CEDEAO  resolver, mas que acabou por passar para as suas mãos”, assinalou.
Por sua vez,  o coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15), afirmou que a saída da atual situação política passa necessariamente pelo agendamento da discussão do programa do atual governo na Assembleia Nacional Popular, dado que é a casa para fazer política.
“Na audiência, deixamos claro ao presidente do Parlamento que não concordamos com a forma como ele envolveu a Comunidade Internacional (P5) na busca de solução e diálogo interno. No meu entendimento, deviam ser apenas com partidos políticos”, informou Braima Camará em declarações à imprensa.
Braima Camará disse que o presidente da ANP deve convocar apenas os guineenses para discutirem e chegar a entendimento, de forma a resolver o problema internamente, deixando assim de receber lições de moral da comunidade internacional. Contudo, disse que o líder do Parlamento guineense disse-lhes que a sua intenção era apenas informar a Comunidade Internacional sobre o processo de diálogo.
Para o vice presidente do Partido da Renovação Social(PRS), Jorge Malú, cada grupo de partidos políticos está a reivindicar uma maioria, mas advertiu que qualquer maioria neste momento não oferece confiança nem garantias de estabilidade governativa, por isso, sustenta que é preciso prosseguir com o trabalho junto das estruturas partidárias no sentido de unir as forças para uma estabilidade governativa.
“Compreendemos perfeitamente essa preocupação dos titulares dos órgãos da soberania, por isso é que estamos a ver a possibilidade de encontrar entendimento a nível das formações políticas, de forma democrática em que a maioria é determinada pelo voto e a ANP é o único espaço para demonstrar essa maioria parlamentar”, salientou Jorge Malú.
O dirigente dos renovadores assegurou que existe um governo que resultou de um acordo de incidência parlamentar de três formações políticas a quem deve ser permitido apresentar o seu instrumento de governação para ver se tem maioria ou não.
Acrescentou que esse é o pedido que fizeram ao presidente da ANP, de forma “a saber, na verdade, quem tem a verdadeira maioria parlamentar.
Cipriano Cassamá tem até ao dia 18 de Junho para apresentar ao chefe de Estado uma proposta de solução para a formação de um governo de base alargada, depois de falhada a tentativa para o efeito a 22 de Maio, por falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar. ANG/ÂC//SG

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