Política/Sessão parlamentar suspensa devido ao desentendimento
entre deputados
Bissau, 02 jul 20 (ANG) - A
sessão parlamentar desta quinta-feira foi suspensa devido ao desentendimento
dos deputados das bancadas do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC) e do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) que
culminou em insultos e agressões físicas.
Em reação ao ocorrido, o porta-voz da bancada parlamentar do PAIGC, Hélder de Barros defendeu que no parlamento pode haver divergências de ideias, mas
que isso não pode resultar em insultos e agressões.Barros pediu respeito entre
os deputados como representantes do Povo.
Questionado sobre a reação
do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise na Guiné-Bissau, respondeu que o
que pode tirar o país na situação que se encontra é quando todos se enverederam
pela legalidade.
O líder da bancada do
MADEM-G15, Abdu Mané afirmou que o PAIGC está desesperado por ter perdido a
maioria e quer inviabilizar a sessão parlamentar.
“Esse ato demonstra o
desespero do PAIGC porque perdeu a maioria. E foi esta ação que queriam fazer
desde a segunda-feira, mas não conseguiram e vamos compreender. Não esperávamos
que iam chegar à esse ponto”, disse.
Acrescentou que a sua bancada decidiu reagir à Declaração
Política da bancada do PAIGC à luz do Regimento da ANP e da Constituição,
justificando que para eles, as instituições republicanas do país devem
funcionar de forma regular e normal.
Por sua vez, o líder da
bancada do Partido da Renovação Social (PRS), acusou o PAIGC de não querer que
os órgãos da soberania funcionasse, acrescentando que os guineenses só querem a paz e
estabilidade.
Marciano Indi, líder da
bancada da Assembleia do Povo Unido
Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), explicou que o Regimento
da ANP dá direito à cada bancada de fazer a Declaração Política, chamando
atenção que isso deve ser de uma forma responsável, sem ferir a sensibilidade e
honra de outra bancada.
Criticou o tom usado na Declaração
Política do MADEM-G15, justificando que a forma como reagiram dá para entender
que tem algo por detrás.
“Essa força demostra que tem
alguma confiança, e se houver reação
podem fazer o que bem entenderem”, disse.
Indi pediu aos deputados a
lembrar de que chegaram ao parlamento porque existe a democracia e um Estado de
direito.
“A força não pode prevalecer
sobretudo quando se fala de deputados. Espero que mudem as suas condutas porque
não vão ajudar o normal funcionamento da ANP”, referiu. ANG/DMG/ÂC//SG
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