Justiça/Antigo secretário de Estado do Tesouro detido
Bissau,21
Ago 20(ANG) - O antigo secretário de Estado do Tesouro , Suleimane Seidi foi
quinta-feira detido, noticiou a Lusa que cita o advogado Luís Vaz Martins.
Segundo
Luís Vaz Martins, Suleimane Seidi foi detido na sua residência, em Bissau,
capital do país, encontrando-se na 2.ª esquadra.
“Por
enquanto não sabemos qual é o motivo da detenção. Vamos tentar saber hoje
(sexta-feira)”, afirmou Luís Vaz Martins, acrescentando que ainda não conseguiu
contactar com o antigo secretário de Estado.
Suleimane
Seidi era o antigo secretário de Estado do Tesouro do Governo de Aristides
Gomes, que além de primeiro-ministro acumulava a pasta das Finanças.
Tanto
Aristides Gomes como Suleimane Seidi são dirigentes do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O PAIGC
tem denunciado perseguições pelas atuais autoridades do país aos seus
dirigentes e militantes, bem como aos elementos do antigo Governo liderado por
Aristides Gomes.
Na
segunda-feira, o PAIGC denunciou a “detenção arbitrária” de um outro dirigente
do comité central, num ato que classificou de “atentado monstruoso” às liberdades.
“O
PAIGC vem dar conhecimento que o camarada Bacai Sanhá (filho do antigo
Presidente guineense Malam Bacai Sanha) foi intercetado por agentes da Guarda
Nacional em território guineense, quando em viagem a Zinguichor (Senegal) para
dar assistência à sua esposa que se encontra em tratamento médico naquele país
vizinho”, refere o comunicado do secretariado nacional do PAIGC.
Para o
partido, a detenção de Bacai Sanhá é “mais um de entre tantos atos de violência
que o país vem assistindo à luz do dia”, com a particularidade de serem sempre
contra “dirigentes do PAIGC”.
Bacai
Sanhá, “Bacaizinho”, ocupava as funções de secretário de Estado das Comunidades
no Governo liderado por Aristides Gomes, que foi deposto na sequência da tomada
de posse do atual Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
Em
junho, um outro dirigente do partido foi detido pelas forças de segurança,
acabando por ser posto em liberdade.
Depois
de a Comissão Nacional de Eleições ter declarado Umaro Sissoco Embaló vencedor
da segunda volta das eleições presidenciais, o candidato dado como derrotado,
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, não reconheceu os resultados
eleitorais, alegando que houve fraude e meteu um recurso de contencioso
eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, que não tomou, até hoje, qualquer
decisão.
Umaro
Sissoco Embaló assumiu unilateralmente o cargo de Presidente da Guiné-Bissau em
fevereiro e acabou por ser reconhecido como vencedor das eleições pela
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado
a crise política no país, e restantes parceiros internacionais.
Após
ter tomado posse, o chefe de Estado demitiu o Governo liderado por Aristides
Gomes, saído das eleições legislativas de 2019 ganhas pelo PAIGC, e nomeou um
outro liderado por Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido-Partido
Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que assumiu o poder com o apoio das
forças armadas do país, que ocuparam as instituições do Estado.
O
programa de Governo de Nuno Nabian foi aprovado no parlamento da Guiné-Bissau
com o apoio de cinco deputados do PAIGC.ANG//Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário