Especial 24 de Setembro/”Morés foi relegado ao esquecimento depois da independência”, diz comité local
Bissau,21 Set 20(ANG) – O
Comité(responsável popular) da Secção de Morés, sector de Mansabá na região de
Oio, norte do país, afirmou que aquela localidade foi relegada ao esquecimento
total depois da proclamação da independência da Guiné-Bissau em 1973.
Em entrevista concedida aos repórteres da ANG, Jornal Nô Pintc
Vista do antigo Armazéns de Povo em Morés |
“Pelas informações que recebemos dos nossos pais, Amilcar Cabral afirmava que depois da independência do país uma das prioridades seria a criação de infraestruturas indispensáveis para a vida da população de Morés tendo em conta que foi das localidades da zona norte mais fustigada pelos bombardeamentos dos colonialistas portugueses”, disse.
Por sua vez, o chefe
administrativo da secção de Morés salientou que nos primeiros anos da
independência, o primeiro Presidente da Guiné-Bissau Luís Cabral tentou fazer
alguns esforços em termos de criação de condições mínimas para o
desenvolvimento daquela localidade, em cumprimento das recomendações deixadas
pelo fundador da nacionalidade guineense, Amilcar Cabral.
Mussa Djancó disse que durante o mandato de Luís Cabral era notória a criação de algumas infraestruturas na secção de Morés nomeadamente os Armazéns do Povo, Internato Osvaldo Vieira, abastecimento da luz electrica, água, escolas, centros de saúde equipado com ambulância de evacuação de doentes entre outras.
“Com o golpe de Estado de
1980, que culminou no derrube de Luís Cabral, começou-se a notar a degradação
das referidas infraestruturas ”, frisou, acrescentando que o ex-Presidente Luís
Cabral tinha uma visão e muita sensibilidade para com os populares de Morés.
Aquele responsável sublinhou
que, tinha a plena consciência de que,
se o mandato de Luís Cabral perdurasse muitos anos, a vida dos populares Vista do Internato de Morés
da
secção de Morés e da Guiné-Bissau no geral seria diferente.
Perguntado sobre se com as
dificuldades com os populares da secção de Morés enfrentam actualmente e tendo em conta o
sofrimentos durante a lura armada, se valeu a pena a independência da
Guiné-Bissau, Mussa Bodjam disse que a independência não faz sentido se as
populações continuassem a viver na miséria.
“Morés era a Base Central do
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), na frente
norte, e isso justificava as frequentes incursões e ataques perpetrados pelas
tropas coloniais portugueses na cidade”, explicou.
Aquele responsável disse
contudo que, não estão arrependidos porque conseguiram alcançar o objectivo da
luta armada que é a independência total do Povo guineense e cabo-verdiano do
jugo colonial, adiantando contudo que as promessas da criação de uma vida
melhor e da reconstrução nacional não foram cumpridas ao logo dos cerca de 47
anos da Independência
ANG/ÂC//SG
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