Covid-19/Técnicos
de saúde acantonados num dos hotéis de Bissau reclamam melhores condições de
trabalho
Bissau,05 Out 20(ANG) – Cerca
de 80 técnicos de saúde colocados num dos hotéis de Bissau para efeitos de
atendimento aos pacientes de Covid-19, denunciam o estado de abandono em que
dizem se encontrar à cerca de oito meses, com quatro meses de subsidio em
atraso e falta de condições de trabalho.
Em conferência de imprensa realizada no último fim de semana, o porta voz do referido colectivo Yaia Djaló afirmou que o governo coloco
u-lhes num hotel próximo do Hospital Nacional Simão Mendes como forma de prevenção para que não levassem a doença de covid-19 para casa.“Desde que fomos acantonados no hotel à cerca de oito meses, onde pernoitamos, deparamos com enormes dificuldades dentre as quais a falta de água, alimentação e quatro meses sem subsídio de incentivo”, explicou.
Aquele responsável afirmou
que não é justo colocar as pessoas no hotel sem as mínimas condições,
acrescentando que há um determinado período em que nem sequer conseguem algo para
comer não obstante estarem a cumprir com as suas obrigações laborais.
“Devido ao sigilo profissional tínhamos relegado ao silêncio, mas agora como a situação está a agravar, achamos que chegou o momento de levantar a voz tendo em conta que somos seres humanos que estão a sofrer”, disse.
Yaia Djalo disse que não estão a reclamar
pelo dinheiro, salientando contudo que, se existe algum subsídio de incentivo
que sejam eles a beneficiar porque são eles que dão o peito salvando as vidas
das pessoas.
Sublinhou que dentre os técnicos de saúde acantonados no hotel, cerca de 30 por cento não tem o vinc
ulo com o Estado e estão arriscando vidas sem nenhuma contrapartida em termos salariais.“Com todas as situações e
dificuldades que estamos a deparar, fomos surpreendidos com a informação de que
devíamos abandonar o hotel desde o passado dia 25 de Setembro sem nenhuma
garantia”, explicou Djalo.
Adiantou que não alojaram no
hotel por iniciativa própria, mas sim por decisão do Governo e que se este entender que já chegou a
altura de saírem, devem ser informados com antecedência.
“Há dois dias, as nossas
refeições foram cortadas como forma de
nos pressionar à abandonar o hotel e já entabulamos contactos com a Alta
Comissária de Luta conta Covid-19,
informando-lhe da situação que estamos a enfrentar”, disse.
Aquele responsável sublinhou
que receberam garantias de Magda Robalo
de que os seus subsídios serão pagos, mas que não lhes foi indicada nenhuma
data para o efeito, para além da proposta de
pagamento imediato de 40 mil francos cfa, entretanto recusada pelos técnicos de saúde.ANG/ÂC//SG
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