Caso Navalny/Rússia aplica sanções à Alemanha e França em resposta às impostas pela UE
Bissau, 12 Nov 20 (ANG) – A Rússia adoptou sanções contra altos funcionários alemães e franceses em resposta às restrições impostas pela União Europeia a seis autoridades russas e a uma entidade que acredita terem estado envolvidas na tentativa de assassínio do opositor Alexei Navalny.
“As sanções vão afectar
altos cargos das administrações dos líderes da Alemanha e França”, afirmou hoje
o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, em conferência de
imprensa por videoconferência com meios de comunicação russos e estrangeiros.
Segundo a agência
Interfax, os visados são os chefes de gabinete da chanceler alemã, Angela
Merkel, e do Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Tendo em conta que a
promotora de sanções comunitárias em relação a [Alexei] Navalny [opositor russo
envenenado] foi a Alemanha e que afectam directamente altos funcionários da
administração presidencial da Rússia, as nossas sanções serão recíprocas”,
disse Lavrov.
Segundo relatou, as
sanções russas também vão afectar a França, já que a lista da UE foi preparada
com base numa proposta conjunta de Paris e Berlim.
Essa lista, segundo
Bruxelas, incluía “evidências” sobre o envenenamento de Navalny em Agosto
passado com um agente tóxico do grupo Novichok, uma substância química
soviética proibida.
Lavrov observou que as
sanções russas já foram adoptadas e vão ser anunciadas “em breve” às partes
afectadas.
A 20 de Agosto, Navalny
adoeceu gravemente e foi internado num hospital russo, em Omsk, na Sibéria, e
transferido dois dias depois para outra unidade hospitalar em Berlim.
Posteriormente, um
laboratório especializado na Alemanha encontrou indícios claros de que o
opositor havia sido envenenado com um agente neurotóxico do grupo Novichok, o
que foi corroborado por outros laboratórios em França e na Suécia e pela
Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
“Apenas as autoridades
estatais russas têm acesso a este agente nervoso”, sublinhou a União Europeia,
ao adoptar as sanções no dia 15 de Outubro.
Por sua vez, a Rússia sempre negou qualquer envolvimento no atentado contra a vida de Navalny e afirmou continuamente que não houve envenenamento, mas que o opositor sofria de problemas metabólicos e pancreatite.ANG/Inforpress/Lusa
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