Covid-19/Vacina é encorajadora mas não é uma bala mágica para acabar com a pandemia – África CDC
Bissau, 12 Nov 20 (ANG) – O director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) alertou hoje para a necessidade de serem mantidas as medidas de controlo, mesmo havendo “sinais encorajadores” sobre uma vacina.
“As notícias sobre a
vacina são positivas e encorajadoras, mas demora tempo e precisamos de
continuar a implementar as medidas defendidas pelo África CDC e pela
Organização Mundial de Saúde, a vacina não é uma bala mágica que vai curar
tudo”, alertou John Nkengasong, durante a conferência de imprensa semanal em
formato virtual desde Adis Abeba.
Para o responsável, a
segunda vaga da pandemia está a manifestar-se de forma clara em África e por
isso é preciso continuar as medidas de distanciamento, utilização de máscara e
rastreio dos contágios, que aumentaram 7,5% em média nas últimas quatro
semanas.
“O que estamos a prever
com as organizações internacionais, nomeadamente a Aliança Global para as
Vacinas (GAVI), é que vamos ter as doses necessárias para cobrir 20% da
população, mas consideramos que seria preciso vacinar 60% da população para
conseguir atingir a chamada imunidade de grupo”, apontou John Nkengasong.
Os 20% da população
africana que receberão a vacina em primeiro lugar serão os profissionais de
saúde, os idosos e as pessoas que já têm uma doença considerada grave, disse o
director do África CDC, salientando que “o objectivo do programa de vacinação
que está a ser preparado é tratar das pessoas mais vulneráveis”.
Para cobrir a diferença
necessária para a vacinação de 60% da população, John Nkengasong disse que o
Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) está a preparar a
emissão de títulos de dívida especificamente para financiar a vacinação.
“O Afreximbank diz-nos
que se conseguir emitir 1,8 mil milhões de dólares [1,2 mil milhões de euros]
em títulos para vacinas [‘vaccine bonds’, no original em inglês] pode alavancar
esse investimento para 5 mil milhões de dólares [4,2 mil milhões de euros] e
isso será direccionado para os custos de produção e distribuição da vacina”,
disse.
Relativamente à evolução
dos contágios no continente, o África CDC contabilizou um aumento médio de 7,5%
entre 12 de Outubro e 08 de Novembro, vincando que o maior número de novos
casos por milhão de habitantes registou-se em Marrocos, Líbia, Tunísia, Cabo
Verde e Botsuana.
Sobre a taxa de fatalidade,
Nkengasong elencou o Sudão, Saara Ocidental, Egipto, Libéria e Níger como os
países com maiores taxas, todos acima de 5%.
Com 19 milhões de testes
já feitos, o África CDC registou um aumento de 7,5% nas últimas semanas,
salientando que a África do Sul, Marrocos, Etiópia, Egipto, Quénia, Nigéria,
Camarões, Ruanda, Uganda e Gana representam mais de 70% do total.
Em África, há 46.272
mortos confirmados em mais de 1,9 milhões de infectados em 55 países, segundo
as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A pandemia de covid-19
provocou pelo menos 1.275.113 mortos em mais de 51,5 milhões de casos de
infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida
por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma
cidade do centro da China.ANG/Inforpress/Lusa
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