Angola/PRA-JA não aceita novo chumbo
à sua legalização
Bissau, 11 Dez
20 (ANG) - O Tribunal Constitucional de Angola chumbou em definitivo a
legalização do PRA-JA Servir Angola, o partido político dirigido por Abel
Chivukuvuku, antigo líder da CASA-CE.
Depois desta
nova resposta negativa por parte da justiça angolana aos recursos apresentados
pelo PRA-JA, a comissão instaladora deste partido garantiu que "não vai acatar a decisão" do
Tribunal Constitucional que qualifica de "política".
A decisão do Tribunal Constitucional
surgiu na sequência do mais recente recurso apresentado pela comissão
instaladora do Partido do Renascimento Angola – Juntos por Angola – Servir
Angola (PRA-JA Servir Angola) contestando o despacho de rejeição emitido por
aquela entidade no passado dia 27 de Agosto de 2020.
Em causa estão "ambiguidades"
relativas às mais de 30 mil assinaturas que o partido afirma ter recolhido com
vista à sua legalização, sendo que de acordo com a lei angolana, é necessário
recolher as assinaturas de pelo menos 7.500 cidadãos devidamente reconhecidas
pela administração.
Perante esta situação, o PRA-JA contestou
o método de contagem das assinaturas adoptado pelo TC que a seu ver atenta, de
modo flagrante, contra o princípio da boa-fé.
Na sua última decisão conhecida segunda-feira, o Tribunal Constitucional
reiterou que subsistem dúvidas. Ao mencionar ter rejeitado o recurso
extraordinário apresentado pelo PRA-JA por “não suprir insuficiências” e
apresentar “alegações ambíguas”, o Tribunal Constitucional remeteu a possível
legalização deste partido dentro de quatro anos.
“Para o caso de processos de partidos
políticos subscritos por grupo de cidadãos, somente decorridos quatro anos, a
contar da data de rejeição do processo de credenciamento para a inscrição de
partido político ou do acórdão que o confirma, tem a possibilidade de requerer
a inscrição de novo projecto partidário”, indicou o TC.
Segudo a Lusa, reagindo terça-feira a esta
decisão, Xavier Jaime, membro da
comissão instaladora do PRA JA Servir Angola considerou que “esse chumbo não é
definitivo, porque esse chumbo é político e, portanto, vai merecer uma resposta
política, porque não é jurídico, e não é jurídico, porque uma instância como o
TC não se pode dar ao luxo de desvalorizar e desacreditar as instituições do
Estado”.
No mesmo sentido, em entrevista à RFI,
António José Araújo, coordenador da juventude do PRA-JA em Luanda, deu conta da
rejeição da decisão do TC pelo seu partido.
"Para nós, o PRA-JA é uma realidade e
vamos continuar até ao fim. Essas falhas, não entendemos, porque para a
legalização de um partido, são necessárias 7.500 assinaturas. Tivemos
dificuldade nas administrações mas conseguimos atestados em todas as
províncias, que rondaram os 32.000 atestados de residência retirados das
assinaturas que foram recolhidas durante o período de recolha de assinaturas
para a legalização (do partido)", explicou este dirigente.
"Vamos avançar com um posicionamento mais político agora porque o
Tribunal Constitucional está a posicionar-se como um órgão partidário. Já não
vamos agir de uma forma jurídica, já é politicamente", garantiu ainda este responsável político.
Abel Chivukuvuku, sucessivamente membro da
UNITA de 1974 até 2012 e em seguida líder da CASA-CE até ao ano passado,
apresentou o PRA-JA em Agosto de 2019, com a ambição de "despertar
consciências" e representar uma alternativa no panorama político angolano.
Esta nova estrutura contudo não conseguiu
convencer as autoridades judiciais e acumulou os chumbos por parte do Tribunal
Constitucional após mais de um ano de procedimentos com vista à sua
legalização. ANG/RFI
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