Economia/São Tomé e Príncipe impõe
condições na área de livre comércio africana
Bissau, 05 Jan
21 (ANG) - São Tomé e Príncipe, com fraco volume de comércio com o continente
africano, impôs regras no acordo sobre a Área de Livre Comércio Continental
Africana - ALCCA - que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2021.
No seio dos
PALOP apenas a Guiné-Bissau e Moçambique ainda não ratificaram o respectivo
documento.
Dos 55 países africanos, apenas a Eritreia não assinou o acordo de comércio
livre no continente africano, que entrou em vigor a 1 de janeiro de
2021, após cinco anos de negociações e visa a liberalização das tarifas
alfandegárias entre os países signatários, que têm que adaptá-lo às respectivas
legislações.
Mais de 40
países africanos já o ratificaram, casos de Angola, Cabo Verde, Guiné
Equatorial e São Tomé e Príncipe,
enquanto os restantes países afro-lusófonos apenas o assinaram.
São Tomé e Príncipe ratificou
o documento em agosto de 2019, mas tendo em conta o seu fraco volume
de comércio com os países africanos, do leque dos produtos que constam da
sua pauta aduaneira, o país optou por três grupos de produtos, segundo Eduardo Armando, director do comércio do
arquipélago.
Treze
anos depois alguns dos produtos verão a taxa zero
aplicada no volume de negócios, mas alguns dos
produtos que o país pretende promover, ficarão fora da
liberalização, sublinha Eduardo Armando.
"há um grupo de produtos que o país está dispoto a liberalizar já, 90%,
cerca de 4.500 produtos, há um outro grupo de produtos que o país está dispoto
a liberalizar a médio prazo, ou seja daqui a 13 anos, cerca de 350 produtos,
essa é a taxa máxima, e depois há um grupo de produtos que vão ficar
fora da liberalização...caso da água, caso do óleo de coco",
disse Eduardo Armando.
A direcção do comércio aguarda o aval
do governo para depositar os seus
instrumentos de negociação na sede da União Africana, em
Addis Abeba.
Este acordo vai permitir duplicar o
volume de trocas comerciais no continente em 20 anos, segundo a Comissão
Económica das Nações Unidas - UNECA.
As previsões da UNECA apontam para
uma duplicação, de 15 para 30%,
dos bens transacionados no continente até 2040, dependendo do grau de
liberalização, designadamente nos sectores de têxteis, roupa, peles, madeira e
papel, para além de veículos e equipamento de transporte, produtos eletrónicos
e metais, serão os mais beneficiados em termos de aumento do comércio regional.
O comércio livre entre os países
africanos, "vai apenas começar entre os países que submeteram a lista
de tarifas e concessões abrangidas, mas nem todos têm os seus processos
alfandegários prontos, pelo que alguns vão usar o modelo de reembolso de
tarifas, que será feito posteriormente", explicou David Luke,
coordenador da UNECA.
O acordo de livre comércio em África cria
um mercado único de 1,3 mil
milhões de pessoas com um Produto Interno Bruto de 3,4 mil milhões de dólares, o equivalente
a cerca de 2,7 mil milhões de euros. ANG/RFI
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