terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Brasil/FRENTE PARLAMENTAR INDÍGENA PEDE DESTITUIÇÃO DO PRESIDENTE Bolsonaro

Bissau, 02 Fev 21 (ANG) - A Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas apresentou na segunda-feira mais um pedido de destituição contra o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no momento em que decorre a eleição para presidente da Câmara dos Deputados.

Entidades indígenas e parlamentares da oposição ao Governo também assinaram o documento, classificando a actual Presidência do Brasil como um "teatro de absurdos sem fim".

Os autores do pedido apontaram uma série de acções e omissões do Governo Federal para com os nativos, como o desmantelamento dos órgãos públicos; invasão de terras indígenas, como a dos Yanomami, em Roraima; o assassínio de lideranças; assim como a disseminação da covid-19 entre os povos originários.

De acordo com o documento, a conduta do executivo está a levar ao "genocídio" das populações nativas.

"Nós estamos a denunciar todos esses crimes de violação dos direitos constitucionais, dos direitos relacionados às leis infraconstitucionais, à obrigação do Estado brasileiro demarcar terras indígenas, respeitar e proteger os bens", declarou a deputada Joenia Wapichana, coordenadora da frente parlamentar, acrescentando que essas acções justificam a destituição de Bolsonaro.

Na avaliação da deputada, o desmantelamento de órgãos de protecção indígena e ambiental "tem prejudicando principalmente as terras indígenas, que estão a ser invadidas por garimpeiros [exploradores ilegais de metais preciosos] e outros invasores".

Entre as 16 organizações que assinam o pedido de destituição juntamente com a frente parlamentar estão a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazónia Brasileira (Coiab), Grande Assembleia do Povo Guarani (Aty Guasu) e o Conselho Terena.

Este é o 66° pedido de destituição contra Jair Bolsonaro apresentado na Câmara dos Deputados, que elegerá um novo presidente na noite de segunda-feira (madrugada de terça em Lisboa).

Caberá ao novo presidente da câmara baixa parlamentar analisar as dezenas de pedidos de destituição entregues contra o actual chefe de Estado.ANG/Angop

 

 

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