Covid-19/OMS pede a países africanos que acelerem preparativos para receber vacinas
Bissau, 05 Fev 21 (ANG) – A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos países africanos que acelerem os preparativos para receber as vacinas covid-19 depois de a Covax ter anunciado para fevereiro a chegada das primeiras doses ao continente.
“Este anúncio permite aos países afinar o seu planeamento para as campanhas de imunização covid-19. Exortamos as nações africanas a aumentarem a prontidão e a finalizarem os seus planos nacionais de vacinação”, disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, na conferência de imprensa semanal.
A Covax, iniciativa
conjunta da OMS e da Aliança para o Acesso às Vacinas (GAVI) para fornecer
vacinas contra a covid-19 a países de médio e baixo rendimento, divulgou, na
quarta-feira, o mapa indicativo da primeira fase de distribuição de doses.
Nesta fase, está
prevista a distribuição de cerca de 337 milhões de vacinas a 145 países,
incluindo sete países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste – que no conjunto terão acesso a cerca de 14
milhões de doses.
A Covax estima começar a
enviar os primeiros 90 milhões de vacinas em final de fevereiro, início de
março.
Matshidiso Moeti
sublinhou, por isso, a importância de os países estarem prontos para as
receber.
“Processos de
regulamentação, sistemas de cadeia de frio e planos de distribuição têm de
estar em vigor para garantir que as vacinas sejam expedidas em segurança dos
portos de chegada até aos locais de imunização. Não podemos permitir-nos
desperdiçar uma única dose”, avisou.
Para aquela que será a
maior campanha de vacinação em massa de sempre em África, serão usadas vacinas
AstraZeneca/Oxford, que aguarda ainda autorização para uso de emergência pela
OMS.
A organização está
atualmente a rever a vacina e o resultado é esperado para breve.
Além destas, foram
atribuídas cerca de 320 mil doses da vacina Pfizer-BioNTech a quatro países
africanos – Cabo Verde, Ruanda, África do Sul e Tunísia.
Esta vacina já recebeu a
aprovação para utilização de emergência da OMS, mas requer sistemas de ultra
refrigeração (-70 graus Celsius) para o seu transporte, armazenamento e
distribuição.
Para ter acesso a um
volume inicial limitado de vacinas da Pfizer-BioNTech, 13 países africanos
apresentaram propostas e foram avaliados por um comité com base nas taxas de
mortalidade atuais, novos casos e tendências, e capacidade de lidar com as
necessidades da cadeia de frio exigida pela vacina.
Os responsáveis da Covax
alertaram que o mapa de distribuição de vacinas é indicativo e que as remessas
finais terão por base a capacidade de produção dos fabricantes de vacinas e o
nível de prontidão dos países para as receber.
As vacinas da fase
inicial deverão permitir aos países imunizar 3% da população africana
prioritária, incluindo trabalhadores da saúde e outros grupos vulneráveis, na
primeira metade de 2021.
À medida que a capacidade
de produção aumenta e mais vacinas se tornam disponíveis, o objetivo da Covax é
vacinar pelo menos 20% dos africanos, fornecendo até 600 milhões de doses até
ao final de 2021.
Para complementar os
esforços da Covax, a União Africana anunciou ter assegurado para o continente
670 milhões de vacinas, que serão distribuídas em 2021 e 2022, à medida que os
países conseguem financiamento, nomeadamente através do Banco Africano de
Exportação-Importação (AfreximBank).
De acordo com o Centro
para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC), 16
países do continente já aderiram à plataforma criada para a pré-reservas de
vacinas, tendo encomendado 114 milhões de doses.
Os sete países lusófonos
contemplados na lista de distribuição da Covax irão receber na primeira fase de
distribuição um número global de 13.813.050 doses de vacinas contra a covid-19.
A maior parte vai para o
Brasil, que irá receber 10.672.800 vacinas da AstraZeneca/Oxford, sendo,
globalmente, o quinto país que mais doses receberá, a seguir à Índia, Nigéria,
Paquistão e Indonésia.
Angola e Moçambique
receberão, respetivamente, 2.544.000 e 2.424.000 doses da vacina da
AstraZeneca/Oxford, sendo que as vacinas de Angola serão provenientes do
Instituto Sérum da Índia tal como as 100.800 doses atribuídas a Timor-Leste.
A Guiné-Bissau receberá
144.000 doses, Cabo Verde 108.000 e São Tomé e Príncipe 96.000 doses da vacina
da AstraZeneca/Oxford.
Além destas, Cabo Verde
receberá 5.
850 doses da Pfizer-BioNTech.
“África viu durante
demasiado tempo outras regiões iniciarem campanhas de vacinação covid-19. Este
lançamento planeado é um primeiro passo fundamental para garantir que o
continente tenha um acesso equitativo às vacinas”, considerou Matshidiso Moeti.
ANG/Inforpress/Lusa
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