Covid-19/Um milhão de vacinas de Portugal deverá chegar aos
países lusófonos no segundo semestre
Bissau, 24 Fev 21 (ANG) – Portugal vai destinar um milhão de vacinas contra a covid-19 aos PALOP e a Timor-Leste que deverão começar a chegar aos países no segundo semestre de 2021, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Em números redondos,
significa assegurar um milhão de vacinas visto que a nossa compra global é na
ordem dos 20 milhões de doses”, concretizou Augusto Santos Silva, depois de, na
terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado que Portugal
redireccionaria 5% das sua vacinas contra a covid-19 para os Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros, que falava hoje, em Lisboa, apontou o primeiro semestre de 2021
como a data prevista para as vacinas começarem a chegar ao destino, sem avançar
detalhes sobre os critérios de distribuição por país.
“Esperamos que a
distribuição de vacinas comece ao longo do próximo semestre” disse, ressalvando
que o calendário está dependente da “cadência de abastecimento por parte das
empresas farmacêuticas” das vacinas compradas por Portugal.
“A nossa melhor
perspectiva é o mais cedo possível ao longo do próximo semestre”, acrescentou.
Na terça-feira, fonte da
UE citada pela agência Reuters, adiantou que do total de vacinas da AstraZeneca
contratualizadas com a União Europeia para o segundo quadrimestre deste ano,
apenas metade devem chegar aos países.
Augusto Santos Silva
admitiu, neste contexto, que, tal como poderá acontecer internamente, também o
calendário da distribuição de vacinas aos países lusófonos e Timor-Leste poderá
ter de sofrer ajustes.
“A nossa estimativa é
iniciar o processo de distribuição dos 5% de vacinas que afectamos à cooperação
bilateral o mais cedo possível ao longo do próximo semestre e esse objectivo
não está comprometido”, disse.
“O cronograma é,
naturalmente, ajustado quer para efeitos de aplicação interna, na União
Europeia, quer para efeitos de cooperação internacional”, acrescentou.
Augusto Santos Silva
considerou ser “ainda cedo” para avançar mais detalhes sobre a distribuição das
vacinas portuguesas por país, cujos critérios serão acordados com as
autoridades locais, e não indicou qual ou quais das três vacinas actualmente
aprovadas na UE (Pfizer-BioNtech, Moderna e AstraZeneca) serão distribuídas.
“Neste momento, estamos
a trabalhar com essas autoridades na preparação dos respectivos planos de
vacinação e na formação de recursos humanos que serão agentes de vacinação”,
disse.
Além das vacinas
direccionadas de forma bilateral, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu
que Portugal contribuiu já com mais de um milhão de euros para o mecanismo
Covax, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS e da Aliança para as
Vacinas (Gavi), que visa assegurar a vacinação de 20 por cento da população de
92 países de baixo ou médio rendimento.
“Na participação portuguesa
no mecanismo Covax, vamos assinalando que queremos que um dos destinos
principais da distribuição de vacinas sejam os países parceiros da cooperação
portuguesa”, disse Santos Silva.
Durante a sessão de
hoje, em que participou também a ministra da Saúde, Marta Temido, os dois
governantes fizeram o balanço intercalar do plano de apoio à resposta sanitária
à pandemia nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e
Timor-Leste, iniciado em meados de 2020 com duração prevista de um ano.
De acordo com Augusto
Santos Silva, Portugal investiu neste plano até ao momento 3,8 milhões de euros
em contribuições para organizações multilaterais (1,1 milhões de euros), no
fornecimento ou apoio à compra de material médico e de protecção individual, na
formação de pessoal médico e no financiamento de projectos no terreno de
organizações não governamentais para o desenvolvimento (970 mil euros).
Por seu lado, a ministra
da Saúde, Marta Temido, sublinhou a importância da união e da solidariedade no
combate à pandemia, antevendo que o envio das vacinas os PALOP e Timor-Leste
venha a ser facilitado quando houver vacinas com condições de “armazenamento e
distribuição mais simples”.
“O futuro, hoje em 2021,
é ainda repleto de incertezas, interrogações às quais não conseguimos
responder. Mas unidos estaremos mais bem preparados para enfrentar os desafios
que esperam as populações”, afirmou.
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os países beneficiários do plano.ANG/Inforpress/Lusa
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