Bissau 02 Fev 21(ANG) - O vice-presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau(FFGB)
para a área de licenciamento dos clubes, Organização de Provas e Implementação
de Futebol, Bonifácio Malam Sanhá, afirmou que o segundo vice-presidente do
organismo, Hussein Farath apresentou a sua demissão do cargo, “porque queria
ver a secretária-geral, Virgínia da Cruz fora da instituição, por causa do
salário que esta recebe.
“Se for um cidadão europeu que estava a dirigir a secretária-geral do órgão a receber este salário, ninguém iria contestar. A preocupação do segundo vice-presidente da FFGB é demitir a Virgínia da Cruz da Federação, e até chegou de abordar este assunto”, disse Sanhá.
Na semana passada, o segundo vice-presidente
da FFGB para área da Administração e Finanças, Hussein Farath, apresentou a sua
demissão alegando falta de transparência na gestão de fundos da Federação e
revelou ainda que Virgínia da Cruz e o diretor técnico nacional demitido,
Jerónimo Mendes recebem cinco milhões de francos CFA por mês, na instituição
federativa guineense.
Em conferência de imprensa na sexta-feira,
na sede do organismo em Bissau, com objetivo de reagir a tais acusações, Malam
Sanhá confirma que os dois recebem um direito inerente às suas funções, pago
pela entidade que dirige o futebol mundial, a FIFA.
“Quem paga esse salário é a FIFA,
através da FFGB, porque em cada mês a instituição envia o seu balancete à FIFA,
onde consta o salário dessas pessoas desde o final de 2017 e a instituição
mundial que dirige o futebol tem conhecimento deste assunto. No final de cada
ano a FIFA manda os seus auditores para fazer avaliação deste fundo”, sublinhou
Malam Sanhá.
Segundo explicação do dirigente
desportivo guineense, o montante real enviado pela a FIFA ronda 4 milhões e
setecentos de Francos CFA, onde cada um dos dois dirigentes do órgão recebe dois
milhões e trezentos cinquenta mil fcfa.
Malam Sanhá que transitou da anterior
direção da FFGB, liderado por Manuel de Nascimento Lopes “Manelinho” afirmou que
atual direção do órgão liderado por Carlos Mendes Teixeira está a trabalhar no
aumento dos salários dos dois dirigentes que pertencem a estrutura do órgão
para 10 milhões de FCFA.
Farath defende que seja reduzido o
salário pago à Secretária-geral do órgão e o diretor técnico, respetivamente,
no sentido de permitir melhoramento das infra estruturas desportivas.
Em reação, Malam Sanhá reponde ao Hussein Farath dizendo que a missão da FFGB
não é construir estádios para os associados, embora realça o engajamento da
atual direção do órgão em melhorar as infraestruturas de alguns clubes.
Em relação a falta de transparência na
gestão de fundos do órgão, vice-presidente da FFGB para a área do Licenciamento
dos Clubes, Organização de Provas e Implementação de Futebol afirma que todos
os processos ligado aos fundos da instituição foram feitos com o conhecido de
Hussein Farath, na qualidade do responsável das finanças.
Sobre a retirada da obrigatoriedade de
assinatura nas contas da FFGB ao vice-presidente pelo líder do órgão, Mendes
Teixeira, Sanhá considera normal, porque na administração isso não funciona.
Durante a sua longa explanação,
Bonifácio Malam Sanhá abordou vários assuntos ligados a FFGB, nomeadamente as
dívidas da instituição federativa com a Empresa Pública da Eletricidade da Guiné-Bissau
(EAGB) e com o Banco da Africa Ocidental - BAO.
Caíto Teixeira foi eleito em Setembro
último e sucedeu no cargo Manelinho, que esteve oito anos à frente daquele
órgão.
Durante o mandato de Manelinho vários
dirigentes dos clubes denunciaram alegadas má gestão de fundos de FFGB e em
2017 a secretária do órgão, Virgínia da Cruz, foi ouvida no Ministério Público
no âmbito de um processo por alegados atos de corrupção naquela instituição
desportiva.ANG/O Democrata
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