Justiça/Ordem dos Advogados exige cumprimento da lei no despejo da sua sede pela Presidência da República
Bissau 08 Fev 21 (ANG) – O
Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau considerou hoje de “injusto e
ilegal” a ordem de abandonar a sua sede dada pela Presidência da República e
exige o respeito pelo Estado de Direito e cumprimento das leis da República.
“Depois deste acto vamos
aguardar a decisão do mesmo uma vez que o país tem uma Constituição, as leis da
República e estas são feitas para reger as vidas dos cidadãos com os poderes públicos”,
referiu.
Sanca afirmou que, por isso,
acham justo reclamar o respeito pelo Estado de Direito, sobretudo eles, na
qualidade de advogados, acrescentou que,
a Ordem é uma instituição jurídica e deve ser tratado com dignidade, respeito
porque tem uma missão de defender a liberdade, garantias dos cidadãos e outras
instituições da Nação.
O Bastonário disse que neste
momento estão sem sitio para funcionar uma vez que hoje se depararam com uma
nova realidade ou seja, as portas da sede
da Ordem dos Advogados foram fechadas, impossibilitando a entrada dos
advogados e sem possibilidade de acesso aos seus haveres lá dentro.
A Presidência da República sustenta
a medida com “razões e Segurança”, mas Basílio Sanca considera que a
justificação é muito fraca, uma vez que a Ordem conviveu com outros Presidentes da República, casos
de Kumba Yalá, Serifo Nhamadju e outros,
num contesto mais vulnerável.
“Portanto eu lamento os fundamentos do Presidente
da República para invocar e desalojar a Ordem da sua própria sede que lhe
pertence e em que fez investimentos tornando-a num dos melhores edifícios em
termos de beleza e imagem na cidade de Bissau”, referiu.
Aquele responsável disse que
estão abertos para negociar, mas num quadro de respeito aos pressupostos legais.
O Bastonário da Ordem dos
Advogados disse que, no Domingo, mantiveram um encontro com o Vice Primeiro-ministro
e o Ministro da Justiça, em que houve compromissos assumidos provisoriamente,
mas hoje foram surpreendidos com esta decisão de encerar as portas da Ordem.
A Presidência da República
ordenou através de uma Nota a Direcção da Ordem dos Advogados a abandonar o
edifício até ao passado Domingo (7) e a
Ordem depois de ter conhecimento do
conteúdo da carta publicou através de uma Nota a sua recusa de acatar a ordem
em causa, alegando incumprimento da lei.ANG/MSC/ÂC//SG
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