quinta-feira, 4 de março de 2021

Comunicação Social“/ Chefe de Estado criou a marca “Geração de Concreto” , não cumpriu sua promessa e resolveu atacar jornalistas” diz o Bastonário da Ordem dos Jornalistas

Bissau, 04 Mar 21 (ANG) – O Bastonário da Ordem dos Jornalistas, António Nhaga reagiu hoje com contra-ataques às criticas do Presidente Umaro Sissoco Embaló contra jornalistas, proferidas no balanço de um ano de mandato, no passado dia 26 de Fevereiro.

“O Chefe de Estado  criou a sua marca de “Geração de Concreto” durante um ano de mandato  não conseguiu cumprir  as exigências da  marca, desviou a atenção de todos e  resolveu atacar os jornalistas” disse o Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau.

Em entrevista exclusiva à ANG, António Nhaga considerou que as declarações de Umaro Sissoco Embaló não se enquadram na perspectiva do jornalismo, disse que, se ele(PR)  conhecesse os jornalistas e a imprensa que tem não teria dito o que diz.

“ Se o departamento da comunicação da Presidência fizesse o Presidente saber ou conhecer a  ética do pluralismo, com certeza, todos eles  saberiam distinguir, qualitativamente e quantitativamente,  a mídia e o jornalismo que existe na Guiné-Bissau, “frisou.

Acrescentou  que sem essas ferramentas é impossível distinguir um jornalista de um influenciador, o chamado “bocas alugadas”.

Nhaga reconhece que existe  deficiência no jornalismo guineense, mas diz que ainda não existe jornalismo de bajulação, porque a nova geração tem uma posição diferente da velha.

Nhaga referiu que tinha entregue uma carta, há um ano, para apresentar  ao Umaro Sissoco Embaló um modelo de negócio que considera a melhor saída para a imprensa  do país, mas que até ao momento não teria recebido nenhuma resposta em relação à iniciativa.

O Bastonário admitiu que existem órgãos de comunicação social que dão mais ênfase à opiniões, principalmente os que têm excesso  de comentadores, e diz que esses órgãos não relatam factos, pelo que  não se pode chamar à isso de jornalismo.

“O presidente confundiu  apresentadores e  público  que opina nos programas radiofónicos, isto não é jornalismo , mas sim liberdade de expressão, enquanto que o  jornalista  relata factos reais, produz o bem e o justo,” disse.

Criticou que  muitos  políticos  são instigadores e  fundadores de “ Bocas alugadas” porque o salário dos jornalista é mediocre e não chega se quer 100 mil francos, e que e se os mesmos estão falidos, e não têm o que dar a  família facilmente podem ser corrompidos.

António Nhaga recomenda ao  Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló de que, se pretender  vender a sua marca “Geração de Concreto” e  obter boa imagem da Guiné-Bissau tem de colaborar com toda a mídia guineense, e não excluir nenhum como tem feito.

No balanço do seu primeiro ano de mandato, o Chefe de Estado criticou que alguns jornalistas são amadores, e fazem claques nas rádios, no lugar de demonstrarem o profissionalismo.

O Chefe de Estado ainda questionou as competências dos jornalistas que animaram o debate entre ele e o seu rival, Domingos Simões Pereira, na 2ª volta das presidenciais de Dezembro de 2019.

António Nhaga tornou-se na segunda reação das organizações da classe jornalística da Guiné-Bissau às criticas de Umaro Sissoco Embaló, depois de Indira Correia Baldé, presidente do sindicato Nacional de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social(Sinjotecs) ANG/JD//SG

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