Mali/CEDEAO sanciona novo golpe de Estado
Bissau, 01 Jun
21 (ANG) - A CEDEAO pede a nomeação de um primeiro-ministro civil no Mali,
bem como a formação de um governo de inclusão e o respeito dos prazos para a
organização de eleições.
A organização
regional suspendeu o país neste domingo em Accra, capital ganesa, e afirma
não ser possível não sancionar novo golpe de Estado em Bamaco.
No Mali a classe política congratula-se
com o facto de não terem sido, ainda assim, decretadas sanções económicas
contra o país.
Mohamed Bazoum, presidente do Niger,
comentou em que consistem estas medidas adoptadas em Accra, no Ghana, neste
domingo.
"Condenámos as autoridades ilegais que se apoderaram do poder pelo que
decidimos excluir o Mali das instâncias da CEDEAO.
Já várias vezes
no passado tivemos este tipo de mecanismos accionados em diversas situações
noutros países, é o mesmo dispositivo que é agora implementado.
As medidas
tomadas pela CEDEAO não é suposto terem efeitos sobre as populações, mas não é
possível não sancionarmos acontecimentos como os que ocorreram.
Houve um golpe
de Estado e um novo golpe de Estado pelos mesmos actores, de forma mal
intencionada. Pelo que não era possível que não adoptássemos sanções, sendo que
as medidas que tomámos são as que estão contempladas no Protocolo da CEDEAO," disse Mohamed Bazou.
Hamidou Doumbia, secretário político do
partido Yéléma, crítico deste novo golpe, congratulou-se, porém, com o facto de
que « estas decisões não comprometerem os pobres cidadãos que podiam
ter sofrido as consequências de actos que lhes escapam».
O M5-RFP, Movimento de 5 de Junho,
União das forças patrióticas, por seu lado, que deveria obter o cargo de
primeiro-ministro, entende que o facto de que a CEDEAO não exija novo
presidente é um bom sinal.
Já o Adema, Aliança pela democracia no
Mali, sublinhou que o importante é que se cumpram os prazos definidos em
Setembro para a realização de eleições por forma a que "este período
excepcional dure o menos tempo possível".
As eleições deveriam ter lugar a 27 de
Fevereiro de 2022, uma data que a CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da
África ocidental, quer ver cumprida.ANG/RFI
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