Sahel/Mais de 29 milhões de pessoas precisam de ajuda – ONG
Bissau, 07 Jun 21 (ANG)
– Mais de 29 milhões de pessoas precisam de ajuda no Sahel, uma parte de África
onde o risco de fome triplicou em apenas dois anos, advertiu hoje a organização
Acção Contra a Fome.
A organização não-governamental (ONG), com sede em Madrid, alertou, numa declaração, para o número alarmante de pessoas em risco de insegurança alimentar para a época de 2021 no Sahel, a parte do norte de África entre o deserto do Saara e a savana.
Desses 29 milhões, cerca
de 13 milhões enfrentam “grave insegurança alimentar”, que “continuará a
agravar-se” e “o número de pessoas famintas aumentará”, com mais de 1,6 milhões
de crianças “gravemente subnutridas” que não receberão tratamento e muitas
“poderão morrer ou sofrer danos mentais e físicos ao longo da vida”, disse a
ONG.
Cerca de 811.000 pessoas
requerem assistência imediata, um número que aumentou quase oito vezes desde
2019, de acordo com a organização.
A carência, conhecida
como a “estação da fome”, é a temporada entre o esgotamento das reservas
alimentares e o início da próxima colheita.
“Comparado com carências
anteriores, este ano é diferente e muito mais grave”, advertiu Mamadu Diop,
representante regional da Acção Contra a Fome na África Ocidental.
Além disso, a pandemia
de covid-19 levou a um aumento significativo da insegurança alimentar, com o
encerramento dos mercados, reduções na produção agrícola e o desaparecimento do
emprego, de acordo com a ONG.
“A análise mostra que
mais de metade das famílias sahelianas têm dificuldade de acesso ou são
incapazes de aceder a alimentos nutritivos acessíveis”, disse Paloma Martin de
Miguel, chefe do Sahel na Acção Contra a Fome.
A covid-19 também
provoca uma diminuição da cobertura sanitária, com o resultado de que “as
populações chegam a este período já muito debilitadas física e mentalmente,
porque não tiveram as necessárias consultas médicas e acompanhamento”, disse
Mamadu Diop, representante regional da Acção Contra a Fome na África Ocidental.
“O regresso à
normalidade, a tão esperada saída do túnel, poderia ser comprometida pela época
da fome que começa em Junho”, diz Martin de Miguel.
Os episódios de
violência e insegurança tornam ainda mais difícil para os atores humanitários,
que estão actualmente mais expostos, segundo esta ONG, que salienta que o
número de deslocados internos e refugiados ultrapassa os cinco milhões de
pessoas nesta área do planeta.
O Sahel cobre parte de países como a Mauritânia, Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Eritreia e Etiópia.ANG/Inforpress/Lusa
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