África do Sul/Pelo menos 36 mortos e mais de 700 detenções
Bissau, 13 Jul 21(ANG) –
Pelo menos 36 pessoas morreram e 757 fora
m detidas nos distúrbios violentos que
continuam pelo sexto dia consecutivo na África do Sul, depois da prisão do
antigo chefe de Estado e ex-líder do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla
em inglês), Jacob Zuma.
O governador da província do KwaZulu-Natal, Sihle Zikala, disse hoje que as autoridades locais contabilizaram até ao momento 26 mortos em resultado da violência e pilhagens naquela região do litoral do país, vizinha de Moçambique.
Zikalala, que é político
do ANC, adiantou que 187 pessoas foram detidas na província.
Na cidade portuária de
Durban, onde grupos de residentes se armaram com armas de fogo para proteger
comunidades, casas e negócios, a situação é descrita como sendo “caótica”
havendo relatos de saques a grandes armazéns de distribuição em Rivehorse Valley
nas últimas vinte e quatro horas apesar da presença da tropa sul-africana,
destacada na segunda-feira.
O Governo destacou 2.500
soldados para apoiar a polícia a conter os distúrbios no KwaZulu-Natal e em
Gauteng, motor da economia do país.
Em Gauteng, o número de
vítimas mortais aumentou para pelo menos 10 nas últimas 24 horas, segundo a
Polícia sul-africana.
Pelo menos 757 foram
detidas pela Polícia, sendo que 304 pessoas no KwaZulu-Natal e 453 pessoas em
Gauteng, segundo as autoridades sul-africanas.
Desde sábado que a
província de Gauteng está a ser também fustigada por bloqueios de estradas,
saques a vários centros comerciais, vandalismo e incêndio de viaturas privadas
e camiões de transporte de mercadorias, que continuam na manhã de hoje, relatou
a imprensa local.
“Esta manhã, a situação
parece calma aqui na minha área de Edenvale também devido à falta de
transportes, mas houve tiroteio toda a noite em Alexandra que se ouvia em
Linksfield”, relatou à Lusa um residente português que solicitou o anonimato.
Pelo menos seis grandes
superfícies e uma loja de venda de álcool de empresários portugueses foram
saqueadas por completo em várias áreas de Joanesburgo, disse um comerciante
português à Lusa.
O Presidente Cyril
Ramaphosa, que é também presidente do ANC, o partido no poder na África do Sul
desde 1994, disse numa comunicação ao país, na noite de segunda-feira, que
“acções serão tomadas contra aqueles que saqueiam e continuam com violência e
intimidação.
“Embora possam ser actos
oportunistas de pilhagem causados por privações e pobreza, os pobres e
marginalizados suportam o impacto final da destruição”, considerou o chefe de
Estado sul-africano.
Na Cidade do Cabo, onde
os centros comerciais foram encerrados devido aos distúrbios no KwaZulu-Natal e
Gauteng, três pessoas foram assassinadas na manhã de hoje e outras seis ficaram
feridas em confrontos armados entre motoristas de táxi, divulgou a Polícia em comunicado
citado pela imprensa.ANG/Inforpress/Lusa
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