Cabo
Verde/”Reaproximação a Cabo Verde é um "comboio que
ninguém irá parar" diz PR
Bissau, 12 jul 21 (ANG) - O Presidente Umaro Sissoco Embaló, considerou na ilha cabo-verdiana de São Vicente, que as
relações com Cabo Verde entraram num novo patamar, como um "comboio que
ninguém irá parar mais".
Trata-se
de uma reaproximação que "não tinha antes sido feita", destacou
Embaló, referindo-se à visita oficial de quatro dias a Cabo Verde, que terminou
domingo e que sucedeu à visita do homólogo Jorge Carlos Fonseca a Bissau, em
janeiro, a primeira de um Presidente cabo-verdiano ao país.
"A
História uniu-nos desde a luta dos primórdios de libertação. Fizemos uma luta
brilhante, resgatámos a soberania dos dois povos", recordou o Presidente
da Guiné-Bissau.
As
visitas de ambos os chefes de Estado, destacou, "cumpriram os seus
propósitos" e a partir de agora os dois países podem beneficiar no âmbito
económico e na integração dos povos, destacando Sissoco que o respeito mútuo
deve reger o tratamento entre os cidadãos dos dois países africanos de língua
portuguesa.
"Graças
aos nossos esforços conjunto, os dois povos sentem-se mais próximos.
Impulsionados por si e por mim, os governos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde vão
certamente promover e concretizar programas concretos de cooperação bilateral
de interesse comum. Os nossos dois governos também vão certamente unir os seus
esforços na diplomacia tendo em vista a convergência dos nossos interesses em
todas as organizações internacionais em que Guiné e Cabo Verde têm
assento", afirmou Umaro Sissoco durante a conferência de imprensa de
balanço da visita, na ilha de São Vicente.
Também
os operadores económicos guineenses e cabo-verdianos, acrescentou, têm agora
"um caminho mais aberto para estabelecer parcerias empresariais mutuamente
vantajosas".
O
Presidente de Cabo Verde atribuiu ao
Presidente da Guiné-Bissau a Ordem Amílcar Cabral, a mais alta distinção
cabo-verdiana, reconhecendo o contributo de Umaro Sissoco Embalo na
reaproximação dos dois países.
A
atribuição daquela medalha, no seu primeiro grau, foi feita através de um
decreto presidencial assinado pelo Presidente da República, Jorge Carlos
Fonseca, no Mindelo, ilha de São Vicente, "em reconhecimento do empenho
pessoal, contributo inestimável, da dedicação e a amizade" de Umaro
Sissoco Embalo "na reaproximação e relançamento dos laços históricos,
culturais e de amizade, de cooperação e de desenvolvimento" entre os dois
povos.
Inaugura-se
assim "uma nova era no relacionamento especial entre os dois países",
lê-se no texto do decreto.
O
Presidente da Guiné-Bissau iniciou na quinta-feira uma visita oficial a Cabo
Verde, retribuindo a realizada pelo homólogo cabo-verdiano.
"Penso
ser o primeiro Presidente da Guiné-Bissau condecorado em Cabo Verde e [Jorge
Carlos Fonseca] foi o primeiro Presidente de Cabo Verde a receber uma medalha
na Guiné-Bissau. Apesar de nos termos unido na luta de libertação, não nos
unimos depois da independência para o desenvolvimento comum. Mas nós os dois e
o Governo de Cabo Verde arrancámos com um comboio que ninguém irá parar
mais", afirmou Umaro Sissoco Embaló, dirigindo-se ao seu homólogo
cabo-verdiano.
"O
objetivo fundamental desta visita - além das possibilidades de cooperação nas
áreas de turismo, de energias renováveis, dos transportes marítimos, das pescas
e das nossas comunidades cabo-verdianas na Guiné-Bissau e guineense em Cabo
Verde [...] - foi de consolidar um caminho de reaproximação e relançamento
entre Cabo Verde e Guiné-Bissau", destacou, no balanço, Jorge Carlos
Fonseca.
Para o
Presidente de Cabo Verde, o percurso dos dois países foi feito de história,
cultura e de laços sanguíneos, além da luta comum pela independência:
"Teve os seus altos e baixos, mas nos últimos tempos creio que ninguém
duvida de que os dois povos estão muito próximos. Não erraria em dizer que
talvez, se virmos os últimos anos do nosso relacionamento, nunca estivemos tão
próximos um do outro, num relacionamento informal, fácil, fraternal e sobretudo
numa base clara entre dois Estados soberanos".
A
visita serviu, de acordo com Jorge Carlos Fonseca, para assegurar a relação
bilateral entre os dois países independentemente dos governos no poder.
ANG/Lusa
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