China popular /OMS saúda erradicação da malária no país
asiátco
Bissau, 30 Jun 21(ANG) –
A China conseguiu erradicar a malária, depois de 70 anos a tentar suprimir a
doença, transmitida por mosquitos e que mata centenas de milhares de pessoas
todos os anos, anunciou quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O país, que tinha 30
milhões de casos anuais na década de 40 do século passado, não registou um
único caso local, nos últimos quatro anos.
Esta doença, transmitida
pelo mosquito Anopheles, matou mais de 400 mil pessoas, em 2019, sobretudo em
África.
“Felicitamos o povo
chinês por ter livrado o país da malária”, disse o director-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A China junta-se ao
número crescente de países que mostram que um futuro sem malária é possível”,
apontou o responsável, que atribuiu o êxito chinês a “décadas de ação focada e
sustentada”.
Os países que registaram
três anos consecutivos sem transmissão local podem inscrever-se para obter a
certificação da OMS que valida o seu estatuto de nação livre da malária.
O pedido de certificação
deve ser acompanhado com provas dos resultados, e demonstrar a capacidade de
prevenir qualquer transmissão posterior.
A China é o 40.º
território a obter esta validação da agência da ONU.
Os últimos foram El
Salvador (2021), Argélia e Argentina (2019) e Paraguai e Uzbequistão (2018).
A China é o primeiro
país da região do Pacífico Ocidental, na nomenclatura da OMS, a receber esta
certificação em mais de 30 anos.
Apenas três países
daquela região receberam a certificação até agora: Austrália (1981), Singapura
(1982) e Brunei (1987).
No relatório de 2020
sobre a malária, a OMS constatou que os avanços na luta contra a doença
estagnaram, sobretudo nos países africanos, que apresentam as maiores taxas de
contaminação e morte.
Após um declínio
constante, desde 2000, quando a doença causou 736 mil mortes, o número de
mortos subiu a 411 mil em 2018, e 409 mil em 2019.
Mais de 90% das mortes
ocorreram em África e foram sobretudo crianças (265 mil).
Em 2019, houve 229
milhões de casos de malária, patamar que se mantém há quatro anos.
Pequim começou na década
de 1950 a identificar os locais onde havia casos de malária e a combatê-la com
tratamentos antimaláricos preventivos, observou a OMS.
O país também eliminou
áreas favoráveis à criação de mosquitos e aumentou o uso de insecticidas nas
residências.
Em 1967, a China lançou
um programa científico para encontrar novos tratamentos e que levou à
descoberta, na década de 1970, da artemisinina, o principal medicamento contra
a doença, extraído de uma planta.
O número de casos caiu
para 117 mil, no final de 1990, e as mortes foram reduzidas em 95%. Esforços
adicionais, realizados em 2003, permitiram reduzir para cerca de 5.000
contaminações por ano, em dez anos.
“A capacidade da China
de se aventurar fora do caminho tradicional foi bem-sucedida na sua luta contra
a malária e também teve um importante efeito dominó a nível global”, disse o
director do programa global de malária da OMS, Pedro Alonso.
Depois de quatro anos
sem contaminação local, Pequim candidatou-se à certificação, em 2020.
O risco de casos
importados, especialmente dos vizinhos Laos, Myanmar (antiga Birmânia) e
Vietname, continua a ser uma fonte de preocupação.
Uma vacina, anunciada no
final de Abril pela Universidade de Oxford, demonstrou uma eficácia de 77% em
testes em África. Esta inoculação poderá ser aprovada nos próximos dois anos. ANG/Inforpress/Lusa
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