Cooperação/Guiné-Bissau e Cabo Verde querem ter “voz
sintonizada” em organizações internacionais
Bissau,09 Jul 21(ANG) - Os Presidentes da Guiné-Bissau e de Cabo Verde manifestaram quinta-feira a vontade de terem uma "voz sintonizada" e de concertar posições nas organizações internacionais, bem como cooperar em áreas como o turismo, energias renováveis, transportes ou economia marítima.
"A Guiné-Bissau e Cabo
Verde vão estar cada vez mais juntos, vão ser uma voz sintonizada na CPLP
[Comunidade de Países de Língua Portuguesa], no Fórum PALOP [Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa], na CEDEAO, e vamos estar juntos a fazer coisas
bonitas em conjunto", disse o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos
Fonseca.
O chefe de Estado falava, em
conferência de imprensa, após um encontro com o homólogo guineense, Umaro Sissoco
Embaló, que iniciou quinta-feira uma visita de quatro dias ao arquipélago.
"Nós concertamos sempre
as nossas posições no concerto da nações, na CEDEAO, CPLP, Nações Unidas.
Sempre concertamos e continuamos a concertar as nossas posições",
completou o chefe de Estado da Guiné-Bissau.
Cabo Verde, por exemplo,
espera o apoio da Guiné-Bissau para ter um estatuto especial junto da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), ainda segundo
Jorge Carlos Fonseca.
"Nós contamos com o
apoio da Guiné-Bissau. Temos contado e vamos continuar a contar com o apoio da
Guiné-Bissau junto da CEDEAO", sustentou, lembrando que a Guiné-Bissau
apoiou desde o início o projeto de mobilidade apresentado por Cabo Verde,
durante a sua presidência da CPLP, que vai ser assumida a partir de 17 de julho
por Angola, na cimeira da organização em Luanda.
"A Guiné-Bissau desde o
princípio apoiou-nos nessa empreitada de conseguirmos uma mobilidade no seio da
CPLP, de forma a transformar a CPLP cada vez mais numa comunidade de povos e de
cidadãos e menos de Estados e de gente política", afirmou.
Além da voz única e dos
apoios nas organizações internacionais, os dois países querem ainda "fazer
muitas coisas em comum", em áreas como o turismo, energias renováveis,
economia marítima, comunidades, transportes, administração pública, formação,
agroindústria.
"Há um campo enorme de
cooperação, para além da cooperação político e diplomática", afirmou o
Presidente cabo-verdiano, para quem os dois países estão a viver "dos
melhores momentos" das suas relações, desde as suas independências.
"Sem qualquer hipótese
de erro, de há muitos anos para cá, nunca as relações entre a Guiné-Bissau e
Cabo Verde estiveram tão boas, tão próximas, tão fraternais", enfatizou
Jorge Carlos Fonseca, lembrando que há menos de seis meses fez uma visita de
Estado à Guiné-Bissau.
O Presidente guineense
completou, dizendo que "nunca" Bissau esteve próxima da Praia como
agora, entendendo, por isso, que há muita coisa que os dois países podem fazer
juntos.
Para isso, desafiou o seu
homólogo para a criação "o mais urgente possível" de uma comissão
mista entre os dois Ministérios dos Negócios Estrangeiros.
Depois de um encontro a sós
com o seu homólogo cabo-verdiano, seguiu-se uma reunião entre as duas
delegações ministeriais e durante a tarde de quinta-feira o Presidente
guineense visita a Assembleia Nacional e a Cidade Velha, sítio Património
Mundial na ilha de Santiago.
Hoje sexta-feira, deposita
uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, receberá o primeiro-ministro,
Ulisses Correia e Silva, além de deslocações a instituições públicas e privadas
na cidade da Praia e participa num encontro com a comunidade guineense
residente na ilha de Santiago.
No sábado, Umaro Sissoco
Embaló desloca-se a São Vicente, onde prossegue as visitas às instituições públicas
e privadas, antes de partir para Bissau.ANG/Lusa
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