CPLP/Guiné Equatorial terá “muito em breve” novo Código Penal sem pena de morte
Bissau,
15 Jul 21(ANG) – O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa afirmo
u
segunda-feira que o seu país vai finalizar “muito em breve” o novo Código
Penal, eliminando a pena de morte, mas alertou que o processo deve ser feito
com calma.
A
abolição da pena de morte do ordenamento jurídico é um dos compromissos
assumidos pela Guiné Equatorial aquando da adesão à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa como membro de pleno direito, em Julho de 2014, na cimeira de
Díli. Sete anos depois, esse passo continua por cumprir.
Em
entrevista à Lusa, o embaixador equato-guineense em Lisboa e da missão junto da
CPLP, Tito Mba Ada, afirmou que a Câmara de Deputados tem, para debate e
votação, o novo Código Penal, que vai substituir o documento em vigor, datado
de 1963, à época, a Espanha franquista.
“O
texto do projecto será encaminhado para segunda leitura em Senado e será depois
promulgado pelo Presidente da República. Este é um processo que não pode ser
apressado e que terá muito em breve a sua esperada conclusão”, disse o
diplomata à Lusa.
Instado
a definir um prazo para esta aprovação, que tem sido sucessivamente adiada, Mba
Ada reiterou que será “muito em breve”.
“A
Guiné Equatorial é um país com muito respeito pelos direitos humanos”,
sublinhou, afirmando que ainda antes da adesão como membro efectivo – a Guiné
Equatorial era observador associado desde 2006 – o país já aplicava amnistias e
indultos aos condenados à pena capital.
O
embaixador reiterou que o país introduziu uma moratória sobre a pena de morte
“no dia seguinte ao da adesão” e “já não se pratica a pena de morte na Guiné
Equatorial”.
Sobre
outro compromisso, a introdução da língua portuguesa no país, onde a população
fala essencialmente o espanhol e outros idiomas locais, Tito Mba Ada também
apontou progressos, como a introdução de programas em português na televisão
nacional, cursos de formação a funcionários públicos ou cursos básicos à
população, e adiantou que estão previstas para este ano novas acções de
formação.
“Desde
a integração da Guiné Equatorial na CPLP, o país tem tido um percurso positivo
e o continuado apoio dos Estados-membros tem contribuído para a nossa plena
integração e manutenção dos valores que norteiam esta comunidade”, ressalvou.
A
Guiné Equatorial quer assumir-se como “um país livre, seguro, aberto a novos
investidores”, sublinhou Mba Ada.
“Estamos
contentes com os passos dados no nosso compromisso perante a CPLP, mas
igualmente a Guiné Equatorial tem cumprido os compromissos assumidos com a
integração na CPLP e está pronta a assumir novos desafios”, acrescentou.
Instado
a comentar declarações recentes do chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos
Fonseca, que detém actualmente a presidência rotativa da organização, e que
afirmou que gostaria de ver “um progresso político de forma mais rápida e
clara” naquele país, o embaixador salientou antes palavras de incentivo.
“O
Presidente de Cabo Verde acaba de realizar uma visita de Estado ao meu país. Eu
acompanhei o próprio e manifestou a sua admiração pelo trabalho que se está a
fazer. Expressou a sua satisfação, encorajou ainda, ficou surpreendido e saiu
contente da Guiné Equatorial”, comentou.
O
embaixador destacou o programa de apoio à integração da Guiné Equatorial na
CPLP, que vai na sua segunda versão, cobrindo áreas como a língua portuguesa, o
acervo histórico-cultural, o desenvolvimento económico e os direitos humanos.
“Este
programa foi a melhor aposta da comunidade para apoiar um novo Estado-membro e
graças a ele e através de um esforço conjunto de todos os países da CPLP, os
frutos resultantes vão permitir-nos no final dar o salto qualitativo por todos
esperado”, comentou.
Os
chefes de Estado e de Governo da comunidade lusófona reúnem-se na sexta-feira e
sábado, na XIII conferência, em Luanda, que vai marcar a passagem da
presidência rotativa da organização de Cabo Verde para Angola.
Compõem
a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/Inforpress/Lusa
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