Florestas/Ministro de Agricultura defende melhor
planeamento da gestão florestal
Bissau,14 Jul 21(ANG) – O
ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, advertiu esta quarta-feira aos
intervenientes no sector sobre a necessidade de se garantir melhor planeamento
da gestão florestal no país.
Marciano Silva Barbeiro
falava na cerimónia de abertura da Conferência Nacional de Apresentação da
Proposta deRegulamento sobre Florestas Comunitárias da Guiné-Bissau.
O governante sustentou que as florestas são reconhecidas como o mais
complexo e durável ecossistema de todos, mas que , no caso guineense, grande
parte da cobertura florestal nacional já
se encontra destruída.
“ Chamo a atenção pela necessidade de
elaboração e implementação de políticas racionais de uso da terra e das
florestas, monitorização contínua do seu estado e melhor planeamento da gestão
florestal”, referiu.
Silva barbeiro acrescentou
que, de modo geral, essas recomendações só podem ser cumpridas se não houver conflitos de interesses na gestão florestal.
O governante disse que a descentralização da
gestão florestal que permitiu a participação das comunidades locais constitui
um elemento de destaque na implementação das políticas do sector.
“Acredita-se que a
partcipação comunitária contribui para a boa gestão das florestas e na melhoria
do bem estar das populações locais, através da sua capacitação e partilha de
benefícios resultantes da exploração das florestas”, salientou, frisando que tudo
isso só é possível mediante a criação de um quadro legal e institucional
favorável..
A Direcção Geral das
Florestas e Fauna, segundo Barbeiro, em colaboração com as comunidades das
regiões de Bafatá e Gabú identificou 56 florestas traduzidas em comunitárias.
.Por sua vez, o Director Executivo da ONG Tiniguena, Miguel de Barros, afirmou que o estudo do Regulamento das Florestas Comunitárias na Guiné-Bissau demonstrou que havia quatro a cinco elementos estruturais que, caso se mantivessem, iriam por em causa o património florestal no país.
Barros referiu que a
primeira ideia apresentaa foi o regime de agricultura itinerante que significa
em criolo (Npanpan) cuja a forma como os
solos são concedidos, os seus mecanismos de
devastação e o modo de produção, segundo o sociólogo, constituem uma
ameaça muito grande à manutenção das florestas.
Para Miguel de Barros esse regime pôs em causa não só a qualidade de vida das pessoas nas
zonas onde existem florestas, mas também as possibilidades de manutenção das
pessoas nos referidos espaços atendendo o escassez dos recursos e as funções
que as florestas desempenham, em termos de economia e de subsistência.
Miguel de Barros acrescentou
que o outro mal para as florestas tem a
haver com a questão da monocultura de cajú, em que a sua produção desorganizada e intensiva, não só é uma ameaça florestal, como também da
sustentablidade económica em termos de capacidade produtiva.
O Director Executivo da Tiniguena apontou que a terceira proocupação em relação as florestas está relacionada ao regime das queimadas para caça, a produção de lenha e carvão, agricultura, e que, segundo diz, também, de algum modo, precisam de orientações técnicas, através de seguimento, monitorização e formação das comunidades.
Aquele responsável ainda
disse que outra situação preocupante é a perda de
capacidade de gestão ao nível de concessão de licenças de exploração de madeira
bruta verificada nos ultimos 10 anos.
“Entre 2012 e 2020, já é
muito difícil encontrar florestas primárias nas regiões de Cacheu e Oio, devido
a concessão de licenças de cortes de madeiras sem um inventário que permita perceber as capacidades de exploração”, frisou Miguel de
Barrros.
A proposta de Regulamento
sobre Florestas Comunitários na Guiné-Bissau, é um documento elaborado por
consultores nacionais, entre Outubro e Dezembro de 2020, no âmbito de uma
colabaoração entre a Direcção Geral de Florestas e Fauna e a ONG Tiniguena.
O documento visa a identificação de assuntos ligados a situação
de florestas comunitários, análises das lacunas, as formas da sua gestão, as
necessidades pertinentes para a sua reorganização jurídica entre outras
preocupações relacionadas às florestas nacionais.ANG/ÂC//SG
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