Cabo Verde/Cidadãos exigem remoção de monumentos pró-esclavagistas no país
Bissau, 13 Ago
21 (ANG) - Grupo de cidadãos avança com uma petição, subscrita por cerca
de dois mil cabo-verdianos, para “Remoção de monumentos pró-esclavagistas e
coloniais em Cabo Verde”.
A petição para “Remoção de
mon
umentos pró-esclavagistas e coloniais em Cabo Verde” foi
entregue ao presidente da Assembleia Nacional pelo promotor da
iniciativa, Gilson Varela Lopes, que considera que o descobridor português
Diogo Gomes foi também “traficante de escravos”. Por isso, afirma que, à
semelhança de outros monumentos, a estátua de Diogo Gomes deve ser removida.
“Neste momento estamos na
fase de contestação racial e de reclamação por justiça, porque a escravatura
não fez só mal na altura, ceifou a vida de cerca de 8 milhões de pessoas e
ainda hoje todos nós africanos sofremos com algum estigma e penso que faz
todo sentido, pelo menos lançar o debate sobre descobridores que foram também
esclavagistas”, sustenta Varela Lopes.
Para o
promotor da iniciativa de remoção de de
monumentos pró-esclavagistas e coloniais, Diogo Gomes não foi só um
descobridor,mas também um traficante de escravos. “Nesse sentido é necessário
possivelmente criar uma comissão de historiadores para investigar exatamente o
que aconteceu”, disse Gilson Varela Lopes
Ainda em declarações à imprensa
Gilson explicou que a ideia não é apagar a história, mas sim
ensinar e contar a história de Cabo Verde tal como aconteceu.
“Não é apagar a
história, a história nunca vai ser apagada, como é o exemplo de Alemanha onde
não existe símbolos de Adolf Hitler em lado nenhum, mas existe o Museu de
Auschwitz”, adiantou Gilson Varela Lopes.
Por outro lado em Portugal o emblemático
Padrão dos Descobrimentos foi vandalizado em Lisboa no início da semana.
Um caso que está a dar muito que falar. O
sociólogo João Teixeira Lopes comentou, também, o impacto em Portugal da
iniciativa cabo-verdiana de remover os monumentos coloniais.
Para este professor universitário o
importante é haver debate em torno da questão, ele afirma perceber o interesse
de um debate sereno em torno do mesmo.
"Eu compreendo que os cabo-verdianos questionem se querem ter no espaço
público monumentos de pessoas que, eventualmente, simbolizem para eles
opressão, escravatura, colonialismo, subjugação ? Acho isso perfeitamente
legítimo." ANG/RFI
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