terça-feira, 12 de outubro de 2021


Dia Internacional da Menina
/Taibu Djau diz que na Guiné-Bissau as meninas estão entre as populações mais vulneráveis

Bissau, 12 Out 21 (ANG) – Taibu Djau, a representante das meninas na cerimónia comemorativa do dia da menina, celebrada segunda-feira disse que na Guiné-Bissau as meninas estão entre as populações mais vulneráveis, sendo os seus direitos os mais negados.

Imagem Ilustrativo 

Sustentou a sua tese indicando que são negados às meninas o direito ao registo de nascimento, o de ir à escola, e que as meninas são vítimas de mutilação genital.

Taibu Djau, que falava na presença do chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló disse na ocasião que o Presidente da República tem a responsabilidade de garantir que os direitos das crianças, em especialmente das meninas sejam respeitados.

Sustentou que isso inclui o direito à uma educação de qualidade, de vida saudável e a saúde sexual reprodutiva, direito de ser protegidas contra todas as formas de violência, incluindo a violência sexual baseada no género.

Djau disse que neste mês de Outubro, as crianças deviam estar nas escolas, o que não é o caso, revelando que o estudo de 2015 revela que 25 por cento das crianças em idade escolar estão fora de sistema educacional, acrescentando que a distância da escola, investimentos limitados, estruturas escolares, professores e restrições financeiras são fatores determinantes dessa situação.

“Com a pandemia, mais meninas do país podem não voltar à escola aumentando a probabilidade de casamento infantil e gravidez na adolesciência”, disse.

Disse  que o Ministério da Educação tem orçamento limitado, e que gostava de  saber como é que o ministro da tutela irá garantir que todas as crianças, sobretudo as meninas, tenham acesso á uma educação de qualidade.

“Precisamos de professores mais qualificados. Que programa estão sendo implementado pelo seu Ministério para garantir que as escolas tenham pessoais adequados?”, questionou Djau, salientando que a educação das meninas é uma força motriz para alcançar a justiça e a igualdade de género. 

Taibu Djau afirmou que de acordo com estudos constantes no Indicadores Multiplos (MICS 6), apenas 24 por cento das crianças de 0 à 59 meses possuem certidão de nascimento, acrescentando que nas áreas rurais, essa taxa cai para  17 por cento.

Embora as legislações contra o tráfico de criança, violência doméstica e mutilação genital feminina tenham sido adotadas, de acordo com Djau, a maioria não é aplicada devido à instabilidades institucionais e normas culturais prevalecentes.

Lamentou a falta de registo de agressores sexuais que impeça um molestrador de crianças de trabalhar com essa camada, exemplificando que nada na Guiné-Bissau impede um professor que abusou de uma criança de continuar a ensinar.

Disse que o país está entre 5 países com a mais alta taxa de mortalidade infantil e mais elevada do mundo com uma taxa de 89 por mil nascimento, sustentando que apenas 37 por cento das crianças recebem o pacote de vacinação recomendado antes do seu primeiro aniversário.

Disse que as crianças exigem que o Ministério trabalhe para que as crianças sejam vacinadas a tempo e que as estruturas de saúde sejam acessíveis a todos tanto ao nível comunitário assim como regional.

Taibu Djau disse ainda que as meninas guineenses estão a romper limites e barreiras impostas por estereótipo e exclusão, incluindo aqueles dirigidos às crianças com deficiência e as que vivem nas comunidades margilizadas.

Segundo Taibu Djau, na próxima semana milhares de meninas líderes e Chefes de Estados estarão em Togo, no quadro da Cimeira Mundial das Meninas, acrescentando que o referido evento envolverá os formuladores de políticas para fortalecer as suas ações pela igualdade de género e promover o intercâmbio entre as meninas de todo o mundo, incluindo a delegada jovem da Guiné-Bissau.

Djau afirmou que as meninas têm potencial  para mudar o mundo se forem efetivamente apoiadas, salientando que é a responsabilidade de todos  contribuir individual e coletivamente para  garantir que os direitos das crianças, especialmente das meninas sejam respeitados. ANG/DMG/ÂC//SG

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