Guiné-Conacri/Mohamed Béavogui é o novo
primeiro-ministro
Bissau, 07 Out
21 (ANG) - A junta militar nomeou como primeiro-ministro de transição Mohamed
Béavogui, de 68 anos, uma personalidade afastada da política interior e que
ocupou vários cargos em organizações internacionais.
O Presidente de transição na
Guiné-Conacri, o coronel Mamady Doumbouya, que chegou ao poder com o golpe
militar de 5 de Setembro, nomeou Mohamed Béavogui como primeiro-ministro.
O Presidente escolheu, assim, uma
personalidade sem experiência governamental e afastada da vida política
interior, respondendo à própria promessa de nomear um primeiro-ministro não
oriundo das fileiras militares e de unir o povo sem olhar para as diferenças
políticas e étnicas.
Mohamed Béavogui é filho de um diplomata e
sobrinho de Diallo Telli, primeiro Secretário-Geral da Organização da União
Africana que morreu em 1977 no campo de Boiro, uma prisão que ficou
conhecida como o símbolo do regime repressivo de Sékou Touré, o “pai da
independência” do país.
Licenciado em engenharia na Rússia,
especialista no financiamento do desenvolvimento agrícola e da gestão de risco,
Mohamed Béavogui fez uma carreira no sector privado e em instituições
internacionais, nomeadamente na ONU. Foi sub-Secretário-Geral das Nações Unidas
e desempenhou cargos no Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola e
na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Além de várias línguas locais, o novo primeiro-ministro fala francês, inglês,
russo e italiano.
Mohamed Béavogui deverá agora compor a sua equipa
governamental, propor os nomes dos ministros ao Presidente e apresentar,
num máximo de 30 dias, o plano de acção do governo.
A junta militar prometeu devolver o poder aos civis após as
eleições no final do período de transição, mas ainda não disse quanto tempo
durará a transição. Até lá, os militares anunciaram que vão escrever uma nova
Constituição, lutar contra a corrupção e reformar o sistema eleitoral.
A CEDEAO exigiu eleições presidenciais e legislativas num prazo de seis meses e congelou os bens financeiros dos membros da junta e das suas famílias, tendo ainda proibido as suas viagens.ANG/RFI
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