São Tomé e Príncipe/Novo Presidente da República defende mudança drástica na diplomacia do país
Bissau, 04 Out 21(ANG) – O recém-empossado Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, defendeu sábado uma “mudança drástica de atitude e no modo” como o país concebe e implementa a cooperação internacional.
“É absolutamente necessário que a nossa diplomacia seja mais activa, mais interveniente e reforce em permanência a credibilidade externa do nosso país”, afirmou Carlos Vila Nova, no seu discurso após prestar o juramento enquanto chefe de Estado são-tomense.
“A
ajuda e a cooperação internacional não estarão jamais à altura desta nossa
ambição colectiva, nem tão pouco seria justo que a nossa felicidade assentasse
em esforços alheios ou de terceiros”, disse o chefe de Estado, defendendo que
“o país tem necessariamente de abrir-se ao mundo, alargar os seus limites de
cooperação, não só a outros parceiros, mas igualmente às novas áreas de saber e
de actividade.”
Vila
Nova precisou que “tudo isso deve ser acompanhado de uma mudança drástica de
atitude e no modo como se concebe e se implementa a cooperação internacional”.
“São
Tomé e Príncipe não tem de ser omnipresente. Mas, tem de estar presente lá onde
tem uma palavra a dizer, lá onde é preciso defender os seus direitos de nação
livre e soberana e os seus cidadãos, lá onde é necessária a nossa
solidariedade, enfim, lá onde é preciso construir a paz e lutar contra o
racismo, a xenofobia, os extremismos, a segregação e demais formas de
discriminação,” explicou.
Enquanto
comandante supremo das forças armadas, Carlos Vila Nova considerou também que
“a cooperação internacional mais uma vez é fundamental” para ajudar o país,
localizado no Golfo da Guiné, a fazer face aos desafios impostos pelas “novas
formas de criminalidade internacional” e “garantir a integridade nacional, a
paz e a tranquilidade interna.”
“As
ameaças são reais e o país precisa de uma força armada operativa, eficaz e em
permanente prontidão, moderna e devidamente apetrechada. A sofisticação e a
complexidade das ameaças dos dias de hoje impõem respostas que se encontram
fora do nosso alcance, o que faz da cooperação internacional e multilateral um
instrumento imprescindível para o nosso Estado”, defendeu Caros Vila Nova.
O
chefe de Estado agradeceu “em particular os Estados Unidos da América, Portugal
e a República Federativa do Brasil, pelos excelentes laços de cooperação” no
domínio da defesa.
Carlos
Vila Nova, 62 anos, foi hoje empossado como quinto Presidente de São Tomé e
Príncipe, após ter vencido as eleições com o apoio do partido Ação Democrática
Independente (ADI, oposição), com 57,54% dos votos, derrotando Guilherme Posser
da Costa, apoiado pela atual maioria parlamentar MLSTP-PSD/PCD/MDFM/UDD, que
suporta o executivo chefiado por Jorge Bom Jesus.
A
assistir a esta cerimónia na Assembleia Nacional, em São Tomé, estavam, entre
outros convidados, o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de
Sousa, e o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló – os
dois países que se fizeram representar ao mais alto nível.
Angola
fez-se representar pelo seu vice-presidente, Bornito de Sousa, assim como a
Nigéria, pelo vice-presidente Yemi Osinbajo, a Guiné Equatorial pelo presidente
da Câmara dos Deputados, Gaudêncio Mesu, o Gabão pelo presidente da Assembleia
Nacional, Faustin Boukoubi, e Cabo Verde pelo ministro dos Negócios
Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares. ANG/Inforpress/Lusa
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