quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ANP/Cipriano Cassamá pede aos deputados para defenderem interesses do povo em detrimento de interesses partidários

Bissau, 04 Nov 21 (ANG) – O Presidente de Assembleia Nacional Popular (ANP), instou  hoje os deputados a defesa de interesses do povo que representam no parlamento.

“Infelizmente colegas deputados, transportamos para o parlamento, os nossos problemas e sentimentos partidários, e esquecemos dos nossos concidadãos que nos confiaram o mandato, e votaram em nós para os representar e advogar em  seu nome e interesse”, disse Cipriano Cassamá na abertura da 1ª sessão ordinária da 10ª legislatura, que decrrerá até ao dia 15 de Dezembro.

Acrescentou  que o país vive actualmente um momento  conturbado, com várias  manifestações de intolerancia política, social, e étnico tribal, e de recusa do império da lei, friando que tudo isso prova que, como comunidade, o país está à perder o equilibrio entre o ser individual e o ser colectivo.

Para  o líder de Bancada Parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Califa Seide,  a ANP abre a  sessão num momento em que o país se regista uma das maiores crises políticas, económica e social, durante os 48 anos da sua independência .

“Vimos a forma como as actuais autoridades, desconsideraram a data de 24 de Setembro, dia da proclamação unilateral do Estado Soberano Independente da República da Guiné-Bissau, nas Colinas de Boé, em 1973, pelos deputados da primeira Assembleia Nacional Popular (ANP) e os gloriosos Combatentes da Liberdade da Pátria”, salientou.

Segundo Califa Seide, os actuais governantes decidiram simplesmente interromper a  comemoração do 24 de Setembro, para o Dia das Forças Armadas (FARP), que se assianlaa â 16 de novembro, o que diz ser  uma tentativa de militarização do sistema político na Guiné-Bissau.

O  Líder da Bancada Parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Nicolau dos Santos,defendeu na ocasião que  o futuro melhor que o povo guineense deseja  tem que passar por  um esforço comum, pelo que, segundo diz,  não pode haver um desenvolvimento duravel sem a participação activa de todos os guineenses, com base num trabalho sério e responsável.

Acrescentou que a Guiné-Bissau se encontra numa encruzilhada, mas  que chegou o momento em que cada um de nós, ao seu nível, deve assumir a sua responsabilidade”, disse.

“Ou conseguirmos unir e obtermos consensos em torno de grandes objectivos para a promoção de um desenvolvimento durável e harmonioso ou continuarmos num confronto desnecessário promovendo a instabilidade social e governativa, fazendo regredir o país, mergulhando num ambiente de caos com consequências imprevisíveis”, sustentou dos Santos..

Abdu Mané, líder de Bancada do Movimento para a Alternância Democrática Madem-G-15, sublinhou na sua intervenção que o país está a enfrentar ameaças e crises de várias naturezas, nomeadamente política, económica-financeira, migratória e climática, pelo que defende a  convergência de todos os deputados  no essencial, para enfrentar as respectivas crises e superá-las na base do princípio democrático.

“Porque não há nenhuma crise que seja insuperável pelo parlamento e pelo nosso sistema político. A Constituição aponta sistema de escrutínio, e de renovação de mandato, os titulares de cargos públicos e políticos devem sentar-se a mesma mesa, para o diálogo de compromissos no sentido de construir consensos alargados e necessários para assegurar o desenvolvimento sustentavel do nosso país”, disse.

O parlamento inicia  sessão com ameaça presidencial de sua dissolução.

Em causa está a existência de duas comissões de revisão constitucional: uma da Presidência da República e outra do parlamento, constituida  por deputados, conforme reza a Constituição.

Na Ordem do Dia para as duas semanas de trabalho estão inscritos os debates da situação política e social do país,  dos estatutos dos Combatenstes da Liberdade da Pátria, e sobre a revisão da Constituição, entre outros assuntos.ANG/LLA/ÂC//SG               

 

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