Migrações/Polónia começa em dezembro a construir muro na fonteira com Bielorrússia
Bissau, 16 Nov 21(ANG) – A Polónia anunciou segunda-feira que vai começar em dezembro a construir um muro ao longo da fronteira com a Bielorrússia, zona de concentração de migrantes, prevendo que fique pronto no primeiro semestre de 2022.
“O projeto que precisamos de concretizar é um investimento absolutamente estratégico e prioritário para a segurança da nação e dos seus cidadãos”, disse o ministro do Interior, Mariusz Kaminski.O ministro sublinhou que
os contratos para construção do muro serão assinados até 15 de dezembro e os
trabalhos devem começar antes do final desse mês e decorrer 24 horas por dia,
sendo os trabalhadores divididos em três turnos.
O projeto custará cerca
de 353 milhões de euros (e deverá abranger 180 quilómetros, cerca de metade do
comprimento total da fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. O Parlamento
polaco deu no mês passado luz verde à construção do muro.
Desde o verão, milhares
de migrantes, na sua maioria oriundos do Médio Oriente, atravessaram ou
tentaram atravessar a fronteira da Bielorrússia para a Polónia, num movimento
que a União Europeia acusa Minsk de fomentar.
Foi neste contexto que
hoje os Presidentes dos três Estados bálticos – Letónia, Lituânia e Estónia –
anunciaram que apoiarão Varsóvia se esta decidir invocar o artigo 4.º da NATO
em relação à “guerra híbrida” que dizem que a Bielorrússia está a travar
enviando migrantes para as fronteiras da Polónia, mas também da Lituânia e
Letónia.
O que está a acontecer
na fronteira com a Bielorrússia “não é uma crise de refugiados como a de 2015,
mas um ataque híbrido”, afirmou o Presidente letão, Egils Levits, numa
conferência de imprensa conjunta em Vílnius.
“A reação política tem
de ser diferente da da altura”, sustentou, sublinhando que a Letónia se juntará
à Polónia se esta decidir convocar consultas da NATO ao abrigo do artigo 4.º da
aliança.
Este artigo prevê que as
consultas ocorram quando a integridade territorial, a independência política ou
a segurança de um Estado aliado estão ameaçadas.
Levits referiu que “o
regime de Lukashenko [Presidente bielorrusso] não é independente, planeia as
suas ações juntamente com Moscovo”, acrescentando que “a Rússia está ligada de
uma forma ou de outra à crise dos migrantes”, uma vez que alguns deles viajam
para a Bielorrússia a partir do Iraque, passando por Moscovo.
O Presidente lituano,
Gitanas Nauseda, disse que o Conselho de Segurança Nacional do seu país já
definiu as condições em que se juntaria à Polónia para solicitar consultas e o
Presidente da Estónia, Alar Karis, anunciou que convocou uma reunião do
Conselho de Segurança Nacional para discutir o assunto. ANG/Inforpress/Lusa
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