quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

 Cabo Verde/”África poderia estar mais desenvolvida, próspera e moderna se os ideais de Cabral tivessem sido aplicados” diz o Presidente José Maria Neves
 

Bissau, 09 Dez 21(ANG) – O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou hoje que a África poderia estar “muito mais desenvolvida, mais próspera e muito mais moderna” se os ideais de Amílcar Cabral tivessem sido aplicados.

O chefe de Estado cabo-verdiano falava na abertura do Seminário Internacional sobre o Legado Teórico de Amílcar Cabral, promovido pela Fundação Amílcar Cabral e a ACOLP, com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, e de outras instituições nacionais e internacionais.

José Maria Neves lembrou que Cabral considerou que só valeria a pena lutar se após a independência as pessoas vivessem melhor e que sempre insistiu na necessidade de uma boa governação, no sentido de se realizar o bem comum e construir, todos os dias, a dignidade da pessoa humana.

“Por isso a insistência dele no sentido de se governar com decência, honestidade a patriotismo”, disse.

Em Cabo Verde, salientou, após a independência tem havido esforços no sentido de se construir “uma visão clara e uma estratégia clara de desenvolvimento”, traduzido na criação de instituições sólidas que funcionem e que levam à resolução dos problemas das pessoas.

“O Cabo Verde que temos hoje é o Cabo Verde com que Amílcar Cabral sonhou”, afirmou, salientando que as referências de Cabral são “muito actuais”.

Admitiu que as mesmas poderão não permitir ter todas as respostas, mas, considerou, pelo menos apresentam as perguntas para se enfrentar os desafios a nível do País e do continente Africano.

“Ele dizia que ‘por mais quente que seja a água da fonte ela não cozerá o teu arroz’.  Portanto é preciso ter água da fonte sim, ter a solidariedade internacional, ter o apoio internacional sim, mas fazermos o nosso trabalho de casa”, realçou.

Neste sentido, salientou que África poderia estar muito mais desenvolvida, mas próspera e muito mais moderna se os ideais de Cabral tivessem sido aplicados.

“Vejo agora a questão das vacinas. A África não pode continuar permanente a lamentar a falta de solidariedade dos países desenvolvidos e industrializados, mas ter a sua própria iniciativa, agir e construir soluções. Designadamente produzir a sua própria vacina e os antirretrovirais para darmos combate a esta e outras pandemias que virão”, salientou.

O chefe de Estado de Cabo Verde sublinhou que a África tem centros de pesquisas, pesquisadores e uma diáspora “riquíssima” em todo mundo, recursos suficientes para produzir as suas próprias vacinas e os medicamentos necessários para combater a pandemia da covid-19, e outras que existem e que poderão vir a existir.

O Seminário Internacional sobre o Legado Teórico de Amílcar Cabral enquadra-se nas celebrações dos 50 anos do desaparecimento físico de Amílcar Cabral (2023) e do centenário do seu nascimento (2024) e no quadro do processo de candidatura do legado documental escrito de Amílcar Cabral à memória-Mundo da Unesco.

Para o presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires, este seminário poderá ser mais uma contribuição para a valorização, difusão e conhecimento da obra de Amílcar Cabral.

“Este é o projectro da fundação, que trabalha nessa direcção, pelo contamos que com esse evento damos um passo em frente na realização dos nossos objectivos e também na consolidação do que se sabe é que se conhece do pensamento da obra de Amílcar Cabral”, indicou Pedro Pires

O evento, que decorre a partir da sala de convenções da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), em formato híbrido, conta com oradores de Cabo Verde, Guiné Bissau, França, Quénia e Estados Unidos da América, que irão debater entre si  e com os  participantes acerca da assunção deste legado a nível mundial, em África, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. ANG/Inforpress

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