Covid-19/Variante Ómicron espalha-se em África mas com pouca gravidade – OMS
Bissau, 10 Dez 21(ANG) – A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse quinta-feira que o número de casos de covid-19 em África quase duplicou numa semana, mas salientou que “há sinais de esperança”, já que o número de hospitalizações se mantém baixo.
“A
variante Ómicron está a atingir mais países em África e os casos semanais de
covid-19 no continente dispararam 93%, mas há sinais de esperança, já que os
números preliminares apontam para a manutenção de poucas hospitalizações na
África do Sul”, lê-se num comunicado hoje divulgado.
A
organização adiantou que “a investigação está a ser intensificada para
determinar se a variante Ómicron está a aumentar o número de casos em África”,
salientando que houve mais 107 mil casos na semana que terminou a 5 de
dezembro, o que compara com os 55 mil na semana anterior.
“Cinco
países representaram 86% dos casos da última semana, com a África Austral a
registar a maior subida, de 140%, principalmente motivada pela subida na África
do Sul”, acrescenta-se no comunicado.
Ainda
assim, a OMS sublinha que o aumento de casos não parece ter uma correspondência
no número de hospitalizações, o que deixa antever que apesar de muito
contagiosa, a variante Ómicron não é mais perigosa que as anteriores.
“Os
dados que estamos a receber da África do Sul indicam que a Ómicron pode causar
uma doença menos severa”, já que o número de hospitalizações está nos 6,3%, “o
que é muito baixo comparado com o mesmo período, quando o país enfrentava o
pico da variante Delta, em julho”, diz a OMS.
O continente africano representa 46% dos quase mil casos de Ómicron registados
por 57 países em várias regiões do mundo, 10 dos quais são africanos.
“Com
a Ómicron presente em quase 60 países a nível mundial, as proibições de viagens
sobre África são difíceis de justificar; através dos diligentes esforços de
vigilância dos cientistas africanos, a nova variante foi detetada neste
continente, mas não é claro se a transmissão estava a dar-se de forma
silenciosa noutras regiões”, disse a diretora regional da OMS para África,
Matshidiso Moeti.
“Pedimos
que as medidas de saúde pública para conter a covid-19 tenham uma base
científico; as restrições às viagens surgem no pico da época turística do final
do ano, arrasando as economias de África, com um impacto em cascata que é
potencialmente devastador para a saúde dos africanos”, concluiu.
A
covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2,
detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A
doença provocou pelo menos 5.270.700 mortes em todo o mundo, entre mais de
266,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da
pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
ANG/Inforpress/Lusa
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