CEDEAO/Líderes reúnem-se na sexta-feira para debater crise no Burkina Faso
Bissau, 27 Jan 22 (ANG) - Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental vão reunir-se nesta sexta-feira de forma virtual para debater o golpe de Estado militar no Burkina Faso, com a sociedade civil desta organização a pedir que não haja mais sanções contra os países, já que estas medidas só servem para atirar mais africanos para a pobreza e a radicalização terrorista.
A Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) já tinha condenado na segunda-feira de forma
veemeente a tomada de poder dos oficiais do exército no Burkina Faso que
retiraram o atual Presidente, Roch Marc Christian Kaboré, do seu cargo.
A motivação terá sido o descontentamento
geral da população face à sua incapacidade de defender o povo dos ataques
jihadistas que fustigam o país.
Espera-se agora na reunião virtual de
sexta-feira, que os líderes dos países membros da CEDEAO tomem uma posição
forte, já que se trata do terceiro golpe em menos de 18 meses em três países
diferentes desta organização - Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso.
No entanto, a sociedade civil dos 15
Estados-membros da CEDEAO estão contra a imposição de novas sanções económicas
contra os países onde os golpes de Estado aconteceram, defendendo que a
organização deve procurar a raíz dos problemas, nomeadamente junto dos próprios
Governos tidos como pouco capazes pelas populações e diferentes Forças Armadas.
“Trabalhando só com sanções vai tornar a população mais empobrecida, que
acaba por ser vulnerável ao recrutamento para o terrorismo, para a emigração
clandestina. Por isso, a nosso ver a CEDEAO tem de chamar diferentes atores
para perceber o que está na origem dos golpes de Estado”,
disse Gueri Gomes, representante da sociedade civil da CEDEAO na
Guiné-Bissau, em declarações à Agência Lusa.
Este representante diz-se preocupado com a situação no Burkina
Faso, apontando o dedo à ná governação e violação dos direitos humanos dos
cidadãos.
“Porque na questão dos
golpes de Estado, os fundamentos estão relacionados com má governação, violação
dos direitos fundamentais dos cidadãos, com a questão do respeito da
democracia, sobretudo na questão de tentativa de realização de três mandatos
pelos presidentes”, referiu.
A CEDEAO é composta por: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conakri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.ANG/RFI
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