sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Direitos Humanos/Liga dos Direitos Humanos condena alegadas ameaças contra Padre Augusto Mutna Tambá

Bissau, 07 Jan 22 (ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), diz registar com “bastante apreensão” a denúncia do Padre Augusto Mutna Tamba, dando conta de alegadas ameaças de que tem sido alvo, na sequência da reação às declarações do Chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló contra o Bispo de Bissau, Dom José Lampra Cá, e que considera  “acto de cobardes”.

Segundo um  comunicado desta organização de defesa dos direitos humanos, datada de 06 de Janairo corrente, à que a ANG teve acesso,  em democracia nada impede que os lideres religiosos, enquanto reserva moral e fonte de inspiração espiritual, chamam a atenção à classe politica, social e eonómica do país, sempre que as circunstancias o determinam.

“Não podendo tal intervenção constituir, de forma alguma ameaça ao exercício do poder de quem quer que seja e muito menos servir de pretexto para a instrumentalização política de cidadãos incautos para se insurgirem contra autoridades religiosas”,refere a nota.

Na missiva, a LGDH salienta que a Guiné-Bissau é conhecida pela sua diversidade, sendo um exemplo de tolerância e de diálogo inter-religioso para muitos países, frisando que a conduta dos actores das ameaças contrasta com a forma como a fé é professada pelas diferentes congregações religiosas que formam o complexo tecido social deste país.

De acordo com a carta da LGDH, perante a gravidade destas ameaças “ostensivamente” promovidas pelo regime vigente, a Direcção Nacional da LGDH decide  condenar veementemente a atitude que considera de cobarde e irresponsável dos autores das ameaças proferidas contra o Padre em causa evidenciando a tentativa de instalação de um regime totalitário da Guiné-Bissau.

“Instar o Presidente da República a circunscrever a sua conduta aos deveres de contenção , moderação enquanto garante da unidade nacioanal,exigir ao Ministério Público a abertura imediata de inquérito sério, célere e conclusivo no sentido de traduzir à justiça, os autores identificados e indentificáveis dessas ameaças”, lê-se na carta.

Na nota, a organização manisfestou a sua solidariedade para com a Igreja Católica da Guiné-Bissau ,em especial ao Bispo de Bissau Dom José Lampra cá e ao Padre Augusto Mutna Tambá.

O comunicado da LGDH encoraja a postura responsável dos guineenses que nunca deixaram levar pelas declarações levianas dos politicos mal preparados que apenas se preocupam com a satisfação pessoal, em detrimento da satisfação das necessidades colectivas.

A polémica entre Umaro Sissoco Embaló e o bispo da diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá, começou no passado 29 de dezembro, quando o primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, recebeu em audiência os líderes religiosos para abordar assuntos atuais do país.

Ao ser solicitado por um jornalista a comentar as declarações que o jornalista diz terem sido proferidas pelo Bispo a saída da  audiência com o Primeiro-mnistro, segundo as quais o país não deve ser gerido por duas pessoas, o Presidente Sissoco respondeu:

. "Eu não sei se o bispo faz política [partidária]. O que sei é que o lugar do bispo é na igreja, do imame é na mesquita e do pastor é no lugar de culto. Mas se quer fazer política que nos diga, há vários partidos que lhe querem dar o cartão e se quiser que o tome", disse Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente da República e o Primeiro-ministro se encontram em tempos de relação “pouco cordial” e  o caso do Avião retido no aeroporto de Bissau, em relação ao qual ambos se posicinaram em campos adversos terá agravado essa relação. ANG/MSC/ÂC//SG

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