EUA/Biden alerta que invasão russa mudará o mundo
Bissau, 26 Jan 22 (ANG) - O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assegurou hoje que não tem intenção de enviar tropas norte-americanas ou da OTAN para a Ucrânia, embora acredite que uma invasão da Rússia terá "consequências enormes" e "mudará o mundo".
"Não
temos intenções de enviar forças norte-americanas ou da OTAN para a
Ucrânia", referiu Joe Biden, em declarações aos jornalistas, durante uma
visita a uma pequena empresa de Washington.
Na
segunda-feira, os Estados Unidos colocaram em "alerta máximo" 8.500
militares para um possível destacamento na Europa de Leste devido à escalada de
tensões sobre a Ucrânia.
A
OTAN também anunciou o reforço dos seus efectivos em países da frente oriental
da Aliança Atlântica.
Para
o chefe de Estado norte-americano, uma invasão por parte da Rússia exporia
aquela potência a "sanções económicas significativas", incluindo sanções
que podiam atingir pessoalmente o Presidente russo Vladimir Putin.
Mas
Joe Biden recusou-se a especular sobre o momento em que pode ocorrer um ataque
sobre a Ucrânia.
"Seria
como ler borras de café [como ler o futuro]", acrescentou, lembrando que
"tudo depende da decisão" de Putin.
Se
a Rússia "invadir todo o país", ou "até muito menos" do que
isso, haverá "enormes consequências", não só para aquele país, mas em
"todo o mundo", alertou o democrata.
Seria
"a maior invasão desde a Segunda Guerra Mundial. Isso mudaria o
mundo", apontou.
Os
países ocidentais acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país
vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, e de
alegadamente patrocinar, desde então, um conflito em Donbass, no leste da
Ucrânia.
A
Rússia nega quaisquer planos para uma invasão, mas associa uma diminuição da
tensão a tratados que garantam que a OTAN não se expandirá para países do
antigo bloco soviético.
O
Presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou hoje que terá uma conversa
telefónica sobre a crise ucraniana com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na
sexta-feira.
O
Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell,
afirmou que a ameaça de um ataque militar da Rússia contra a Ucrânia é "o
último exemplo" de que "a Europa está em perigo".
Dirigindo-se
a eurodeputados, em Bruxelas, num debate sobre a «Bússola Estratégica», o
documento que vai definir a futura política de segurança e defesa do bloco
europeu, actualmente a ser negociado pelos 27 com vista à sua adopção em Março,
o chefe da diplomacia europeia salientou a importância de a Europa reforçar as
suas capacidades e autonomia estratégica, dando a tensão a Leste como exemplo
das ameaças que pairam sobre a Europa.
Os
Estados Unidos fizeram chegar hoje a Kiev o terceiro avião com ajuda militar
para a Ucrânia, no dia em que a República Checa anunciou que vai oferecer
munições antiaéreas para dissuadir uma eventual invasão russa.
Moscovo
manifestou "grande preocupação" com a decisão dos Estados Unidos de
colocar 8.500 militares em "alerta máximo" para um possível
destacamento na Europa de Leste devido à escalada de tensões sobre a Ucrânia. A
OTAN também anunciou o reforço dos seus efectivos em países da frente oriental
da Aliança Atlântica.ANG/Angop
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