Reino Unido/Futuro político de Boris Johnson em questão depois do "partygate"
Bissau, 14 Jan
22(ANG) - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson está a ser alvo, nos
últimos dias, de apelos à demissão depois de se terem tornado públicas no final
do ano passado informações sobre uma série de festas organizadas nos círculos
do poder, nomeadamente uma em Maio do ano passado em que o próprio terá
participado, numa altura em que o país estava em pleno confinamento e os
britânicos não tinham sequer possibilidade de se despedir dos seus entes
próximos em final de vida.
No final do ano passado, a imprensa
britânica revelou que o primeiro-ministro tinha participado numa festa
dada nos jardins da sua residência oficial no passado dia 20 de Maio, um evento
para o qual o seu secretário pessoal tinha convidado uma centena de pessoas com
a recomendação de trazerem a sua própria garrafa, isto em pleno confinamento
num país particularmente flagelado pela pandemia.
Instado a prestar contas na quarta-feira
perante os parlamentares, Boris Johnson pediu desculpa pelo sucedido.
Só que entretanto, o jornal 'The
Telegraph' acaba de dar conta de outra festa organizada no subsolo de
Downing Street no dia 17 de Abril de 2021 em pleno período de luto nacional, em
vésperas do funeral do Príncipe Philip, esposo da rainha de Inglaterra. Esta
festa na qual, de acordo com um porta-voz citado pelo jornal, o chefe do
governo não terá participado, reuniu cerca de 30 pessoas numa altura em que os
encontros em espaços fechados eram proibidos.
Downing Street apresentou esta sexta-feira o seu pedido de
desculpas à rainha pela ocorrência, numa nova tentativa de apagar o incêndio.
Estas revelações têm levado os partidos de oposição,
designadamente os trabalhistas, a reclamarem a demissão de Boris Johnson.
Apesar de ter sido pedido um inquérito interno cujos resultados devem ser
conhecidos dentro de uma semana, algumas vozes entre os conservadores
consideram que a postura do primeiro-ministro é insustentável.
"É o partido conservador senão mesmo o primeiro-ministro que
devem tomar esta decisão" declarou
publicamente o deputado conservador William Wragg evocando uma possivel
demissão de Boris Johnson. Por seu turno, o ministro das finanças, Rishi Sunak,
considerado como um potencial candidato ao posto de chefe do governo, demorou
várias horas antes de dar um muito reservado apoio público àquele que é já
considerado por alguns como "morto-vivo".
Este último, alegando ser caso contacto covid, cancelou ontem uma visita num centro de vacinação no norte do país e evitou prestar declarações. ANG/RFI
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