Brasil/Tribunal Superior de Justiça condena ex-procurador a indemnizar Lula
Bissau, 23 Mar 22(ANG) – O Tribunal Superior de Justiça brasileiro condenou o ex-procurador Deltan Dallagnol a indemnizar Lula da Silva por danos morais devido a uma apresentação em 2016, na qual comparou ex-presidente a um chefe de uma organização criminosa.
A
decisão recaiu a favor de Lula na Quarta Turma deste tribunal, por quatro votos
a um. De acordo com a imprensa brasileira Deltan Dallagnol terá de indemnizar
Lula da Silva num montante superior a 100 mil reais (cerca de 18.500 euros)
Deltan
Dallagnol foi um dos procuradores mais conhecidos da operação Lava Jato, que
levou à prisão de Lula durante 580 dias, em julgamentos que foram
posteriormente anulados devido a problemas jurisdicionais.
O
caso remonta a uma conferência de imprensa concedida em 2016, na qual se
apresentaram as primeiras denúncias contra o ex-presidente brasileiro.
O que
agora motivou a indemnização foi a exibição por Dallagnol de um gráfico em
PowerPoint no qual o nome de Lula apareceu no centro do gráfico que o
apresentava como o chefe de uma organização criminosa.
A
defesa de Lula denunciou essa manifestação como uma clara intenção de
“transformar o trabalho dos procuradores num espectáculo de perseguição
política”.
Este
argumento foi aceite na hoje pelos membros do tribunal, que por uma clara
maioria apoiaram a tese da defesa.
Segundo
o magistrado Luis Felipe Salomão, instrutor do caso, a “espetacularização deste
episódio não parece compatível com a seriedade que uma investigação exige”.
Salomão
argumentou que, na altura, Dallagnol “usou expressões” que afectavam “a honra e
imagem”
A decisão
pode ser objecto de recurso pelo antigo procurador.
O
Supremo Tribunal no ano passado anulou as sentenças contra Lula e ordenou o
reinício dos julgamentos nos tribunais de Brasília, que, entretanto, já
encerraram todos os processos.
Com a
decisão do Supremo Tribunal, Lula recuperou os seus direitos políticos e também
a possibilidade de se candidatar novamente à presidência nas eleições marcadas
para Outubro. ANG/Inforpress/Lusa
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