Ucrânia/Forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl
Bissau, 31 Mar 22(ANG) – As forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, que controlam desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia, e do aeroporto de Gostomel, perto de Kiev, revelou quarta-feira fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
De
acordo com um alto funcionário do Pentágono, o Exército russo começou a
retirar-se do aeroporto de Gostomel, a noroeste de Kiev, e está a
reposicionar-se de Chernobyl, deslocando-se para a Bielorrússia.
“Entendemos
que estão a sair, mas não consigo dizer se estão todos a ir embora”,
acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France Presse (AFP) e que falou
sob a condição de anonimato.
Desde
09 de Março que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deixou de
receber dados diretamente da central nuclear onde ocorreu em 1986 o maior
acidente radioativo da história.
Ainda
no domingo, a agência das Nações Unidas voltou a manifestar preocupação com a
falta de rotatividade dos funcionários desta central desde 20 de Março.
A
agência para o nuclear da ONU indicou na terça-feira que o seu diretor-geral
está na Ucrânia para discutir com responsáveis do governo a disponibilização de
“assistência técnica urgente” para garantir a segurança das instalações
nucleares do país.
Desde
o início da ofensiva militar russa, há mais de um mês, Rafael Grossi tem
alertado para os perigos desta guerra, a primeira num país com uma grande
capacidade nuclear – 15 reatores em quatro centrais em atividade e vários
depósitos de resíduos nucleares.
As
forças russas controlam ainda a maior central nuclear da Europa, em Zaporijia.
O
porta-voz do Pentágono, John Kirby, tinha revelado que “menos de 20%” das
forças russas cujo avanço na região em torno de Kiev foi impedido pelo Exército
ucraniano “começaram a reposicionar-se em direção à Bielorrússia”.
“Estimamos
que se estão a reposicionar na Bielorrússia. Não temos um número exato, mas
esta é nossa estimativa preliminar”, acrescentou John Kirby em conferência de
imprensa.
O
responsável norte-americano alertou que as palavras da Rússia sobre uma
desescalada em torno de Kiev ainda não estão a ser cumpridas.
O
porta-voz do Pentágono explicou que para os Estados Unidos estas movimentação
não significam uma retirada, mas uma tentativa da Rússia em reabastecer e
reposicionar as suas tropas.
O
director de comunicação do Departamento de Defesa norte-americano lembrou que
Rússia estabeleceu como meta priorizar a região do Donbass, no leste ucraniano.
A
Rússia também anunciou, após conversações na terça-feira com negociadores
ucranianos em Istambul, que iria reduzir as suas actividades em torno de Kiev e
Chernihiv num gesto para aliviar a pressão e ajudar as conversações a
encaminhar-se para um acordo.
Apesar
da intenção de desescalada manifestada por Moscovo, o governador de Chernihiv,
Viacheslav Chaus, disse esta quarta-feira que os ataques russos contra as
infraestruturas civis continuaram durante a noite.
A
Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo
menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142
crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a
probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A
guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4
milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados
internos.
A ONU
estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária
na Ucrânia.
A
invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que
respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas
e políticas a Moscovo. ANG/Inforpress/Lusa
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