CPLP/Austrália formaliza pedido para ser observador associado
Bissau, 08 Abr 22 (ANG) - A Austrália solicitou hoje formalmente a adesão como Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse à Lusa fonte do secretariado-executivo da organização.
De acordo com a mesma
fonte, a formalização do pedido "foi feita numa carta assinada pela
Ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Marise Payne, dirigida ao
secretário-executivo da CPLP", que foi hoje entregue, em mãos, a Zacarias
da Costa pela embaixadora daquele país em Lisboa, Claire Rochecouste.
Na carta, a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana "felicita o
secretário executivo timorense pela sua eleição e refere o relacionamento
caloroso entre os países-membros da CPLP, enaltecendo a amizade alicerçada em
fortes laços comunitários e culturais, e num compromisso comum para com a
democracia, direitos humanos e uma ordem mundial baseada em regras",
adiantou.
Na mesma missiva dirigida a Zacarias da Costa, a chefe da diplomacia
australiana refere também que "a Austrália é uma das nações multiculturais
mais bem-sucedidas do mundo, havendo mais de 50 mil australianos que falam
português em casa".
Marise Payne salienta que "o português continua a ser uma língua
importante a nível comunitário em toda a Austrália e está largamente disponível
no sistema de ensino".
O processo de candidatura da Austrália seque agora para apreciação pelos órgãos
próprios dentro da CPLP, entre os quais o Comité de Concertação Permanente, a
reunião mensal de embaixadores representantes dos nove Estados-membros em
Lisboa, e terá de ser depois aprovada em Conselho de Ministros e mais tarde na
próxima Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo, em Julho do próximo ano.
O novo regulamento dos observadores associados está a ser discutido há largos
meses pelo grupo de trabalho e os representantes dos Estados-membros.
A CPLP tem a expectativa de que os observadores associados possam ajudar ao
financiamento da organização e contribuir para uma cooperação multilateral mais
eficaz. Há estados que defendem que os países e organizações observadores devem
ter um contributo directo para o funcionamento da própria organização.
Até ao novo regulamento ser aprovado, a CPLP tinha suspendido a entrada de
novas candidaturas a observadores associados, referiu o anterior secretário
executivo, Francisco Ribeiro Telles, numa entrevista à Lusa, no final do seu
mandato.
Em 2005, no Conselho de Ministros da CPLP, reunido em Luanda, foram
estabelecidas as categorias de observador associado e de observador consultivo
daquela organização.
Os Estados que pretendam adquirir a categoria de observador associado terão de
partilhar os respectivos princípios orientadores, designadamente no que se
refere à promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos
direitos humanos, e devem prosseguir, através dos seus programas de Governo,
objetivos idênticos aos da organização, mesmo que, à partida, não reúnam as
condições necessárias para serem membros de pleno direito da CPLP.
As candidaturas deverão ser devidamente fundamentadas de modo a demonstrar um
interesse real pelos princípios e objectivos da CPLP.
Os observadores associados beneficiarão dessa qualidade a título permanente e
poderão participar, sem direito a voto, nas Cimeiras de Chefes de Estado e de
Governo, bem como no Conselho de Ministros, sendo-lhes facultado o acesso à
correspondente documentação não confidencial, podendo ainda apresentar
comunicações desde que devidamente autorizados e ser convidados para reuniões
de carácter técnico.
Hoje, a CPLP conta com mais de 30 observadores associados, entre países e
organizações.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da
CPLP.ANG/Angop
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