Justiça/Tribunal Regional de Bissau indefere procedimento cautelar intentado por António Óscar Barbos contra o PAIGC
Bissau,07 Abr 22(ANG) – O Tribunal Regional de Bissau indeferiu o procedimento cautelar intentado por António Óscar(Kankan) Barbosa para que sejam suspensas todas as acções ligadas a cooptação de delegados e realização do X Congresso do PAIGC.
De acordo com o despacho do
Tribunal Regional de Bissau, datado de 05 de Abril, enviado à ANG, o juíz, Noé
António da Costa, alega a inobservância dos requisitos comulativos exigidos nos
artigos 399 e 401, numero 1 do Código de Processo Penal para decidir pelo
indeferimento do procedimento cautelar de Kankan Barbosa, ex-ministro dos
Recursos Naturais, das Obras Públicas, e antigo Secretário para informação e
Comunicação do PAIGC.
Como factos para se intentar contra o PAIGC, Óscar
Barbosa alega que o comité central reuniu a sua primeira sessão extraordinária
do corrente ano a 4 de Janeiro, e aprovou um guião para a realização de
assembleias de base e conferências das
estruturas intermediárias, quando as
assembleias de base e conferências das estruturas intermediárias (secção, setor e região) é que
são órgãos essenciais do partido para seu funcionamento adequado e equilibrado.
“São estes órgãos que têm a
responsabilidade estatutária única de eleger os legítimos representantes dos
militantes do partido no seu órgão
máximo – o congresso do partido”, alega Kankan
Em declarações à RTP-África,
o advogado do PAIGC disse desconhecer os motivos que levaram o antigo dirigente
do partido a intentar um processo judicial.
Carlos Pinto Pereira disse
que os militantes e dirigentes que porventura tenham alguma coisa de criticar,
é exatamente no Congresso, um dos momentos altos para o puderem fazer.
“Estranhanos que as pessoas
em vez de ajudarem o partido a fazer o seu congresso e a esclarecer eventuais
dúvidas ou problemas que possam existir, recorram à estas vias”, lamentou.
Pinto Pereira disse que, não
restam dúvidas da existência de “mão oculta”, cujo objectivo é impedir a
participação do PAIGC nas próximas eleições.
“Para nós não há duvida
nenhuma de que há uma mão oculta por detrás de tudo isto, e o grande objectivo
não é propriamente o congresso, mas sim dificultar a participação do PAIGC nas
próximas eleições legislativas, porque têm medo que o PAIGC ganhe as eleições,
como natualmente acontece”, salientou o advogado.
A sede do PAIGC foi ocupada pela polícia
na noite do passado dia 18 de Março, quando estava a decorrer a reunião do
Comité Central que preparava o início do X Congresso do partido.
A polícia diz que estava na sede desta
força política em cumprimento de um mandado judicial emitido pelo juiz Lassana
Camará, que está a apreciar uma providência cautelar interposta pelo militante
do PAIGC, Bolom Conté, que basicamente pediu ao tribunal a suspensão do
congresso.
No sábado, dia 19 de março, em que era
suposto arrancar o 10º congresso, o ambiente voltou a ser de muita tensão com a
polícia a lançar granadas de gás lacrimogéneo, para dispersar um grupo de
mulheres do PAIGC, que se sentou na estrada diante da sede do partido.
A polícia ordenou terça-feira, 29 de Março, aos agentes que
mantinham o cerco na sede do PAIGC há mais de uma semana para que deixassem as
imediações do edifício.ANG/ÂC//SG
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