Ucrânia/Putin “é responsável” por crimes de guerra no país – Scholz
“A
invasão russa da Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional”, e
a morte de milhares de civis constitui “crimes de guerra pelos quais o
Presidente russo é responsável”, sustentou Scholz numa conferência de imprensa
em Berlim, após uma videoconferência com o Presidente norte-americano, Joe
Biden, e vários dirigentes europeus, entre os quais os chefes de Estado
francês, Emmanuel Macron, e polaco, Andrzej Duda, o secretário-geral da NATO,
Jens Stoltenberg, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Sentimos
uma dor imensa pelas vítimas e também grande raiva contra o Presidente russo e esta
guerra sem sentido”, acrescentou.
Na
reunião, os dirigentes reafirmaram a sua “total solidariedade e apoio” à
Ucrânia.
O
chefe do executivo alemão sublinhou que também é dever deles “impedir o
alastramento da guerra a outros países” e reiterou que a NATO não “intervirá
diretamente na guerra”.
O
social-democrata Olaf Scholz é muito criticado na Alemanha, incluindo dentro do
seu Governo de coligação com os Verdes e os Liberais, pelas suas alegadas
reticências em fornecer à Ucrânia o armamento pesado que esta lhe pediu.
Até
agora, Berlim só forneceu armas defensivas a Kiev.
Questionado
sobre artilharia pesada, como tanques e blindados, o chanceler manteve-se
evasivo, reiterando que a Alemanha não tem intenção de “agir sozinha” e
insistindo que tais decisões são tomadas em estreita concertação com os
aliados.
O
exército alemão, a Bundeswehr, já não tem muitas armas em ‘stock’ que possa
enviar para a Ucrânia, justificou, indicando que o Governo e a indústria da
Defesa estão, neste momento, a trabalhar na elaboração de uma lista de material
militar que poderão fornecer a Kiev, sem especificar de que tipo de armas se
trata.
O
executivo alemão anunciou na sexta-feira passada que tenciona desbloquear mais
de mil milhões de euros de ajuda militar à Ucrânia, também sem dizer exatamente
para que servirá o dinheiro e o período de tempo durante o qual esse acréscimo
orçamental será disponibilizado.
A
Alemanha procura assim responder às crescentes críticas das autoridades
ucranianas, mas também de alguns dos seus parceiros da União Europeia (UE),
como a Polónia e os Estados bálticos, sobre a sua aparente falta de apoio a
Kiev em matéria de armamento.
A
ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia
causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das
quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior
crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo
as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência
humanitária na Ucrânia.
A
invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e
desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela
generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de
armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem
praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A
guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 55.º dia, já matou mais de 2.000 civis,
segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser
muito mais elevado. ANG/Inforpress/Lusa
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