Comunicação social/Organizações
da Sociedade Civil debatem à liberdade de imprensa e de expressão na
Guiné-Bissau
Bissau, 04 Mai
22(ANG) – Os membros das Organizações da Sociedade Civil guineense e
internacionais promoveram, esta quarta-feira, uma jornada de debate sobre liberdade de imprensa e de expressão na
Guiné-Bissau, no quadro do dia da Liberdade de Imprensa,celebrado terça-feira.
No inicio dos
trabalhos, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar
Turé disse que a iniciativa surge na sequência das tentativas de limitar a liberdade de imprensa
pelo atual poder politico.
Disse que essas tentativas visam acabar com o Estado de direito na Guine Bissau,
e diz que, se isso acontecer significa que
o país caminhará para o abismo, pondo em causa os objectivos e os propósitos da
luta de libertação consagrados na Constituição.
“É neste contexto, que
organizamos esta conferência para demonstrar a sociedade e ao poder que a liberdade
de imprensa é um valor, um direito com dignidade constitucional, e que nós não
estamos disposto a abdicar dela, e estamos determinado a lutar pela sua
consolidação e sua permanência na ordem
juridica guineense, e sobretudo no seu exercício”,disse.
Segundo Turé, o relatório da Repórter Sem Fronteiras sobre
a liberadade de imprensa, a nivel mundial, publicado recentemente, confirmou aquilo que as organizações da
sociedade civil guineense vem dizendo nos últimos momentos: o actual poder
politico é incensível à liberdade de imprensa ou seja “tem feito tudo o que
estiver ao seu alcance para restringir, cortar, limitar o livre exercicio da
liberdade de imprensa na Guine Bissau”.
Perguntado se acha que as pessoas têm medo de falar, Turé
disse que sim, porque sem a liberdade de imprensa não se pode falar da
liberdade de expressão, daí que é importante que todos os guineense compreendam
que as ameaças e as tentativas de limitar a liberdade de imprensa visam acabar com o áEstado de Direito na Guine
Bissau, e diz que isso é “inaceitável”.
Painelistas, Salvador
Gomes(Jornalista) e Lucinda Eukarie(Magistrada) apresentaram temas sobre a
liberdade de Imprensa e responsabilidades jornalística e a legislação sobre a
Imprensa na Guiné-Bissau respectivamente.
As comunicações ainda
contaram com apresentações das situações de ameaças à liberdade imprensa
na Sub-região Oeste -Africana e os efeitos da Rádio Comunitária Voz de Quelelé.
No final da palestra,
de acordo com Bubacar Turé, vai ser criada um Observatório da liberdade de
imprensa na Guiné-Bissau para acompanhar a situação da liberdade de imprensa no
país.
Perguntado se sente
que os jornalistas guineenses estão sensibilizados com a questão de liberdade
de imprensa, disse que sim, apesar de concordar com os sindicatos do sector, qunado
dizem que a instabilidade politica mina a liberdade de imprensa, devido a
divisão que existe entre os profissionais, e do “ fenômeno “jornalismo-militante”, que de uma forma ou outra,
presta serviço ao poder politico, renunciando-se a missão primordial e
publica que lhes é incumbida relativamente a promoção da liberdade de imprensa
e de expressão.
“O importante é que
os orgãos de comunicação sicial estão ao lado do Estado de Direito, da Democracia e ao lado da promoção e defesa
da liberdade de imprensa”, afirmou o vice-presidente da LGDH.
Assegurou que os
orgãos de comunicação social têm o direito de contestar o poder politico, e que isso segnifica dar voz ao cidadão para
escrutinar e acompanhar a atuação do poder, “porque as pessoas foram eleitas
pelo povo e têm o direito de acompanhar as suas atuações”.
A Directora-Geral da Associação para a Cooperação Entre os
Povos ACEP, Fátima Proença disse que, depois de a Casa dos Direitos ter estado 10 anos com o
foco sobre a defesa e promoção dos Direitos Humanos, vai este ano focalizar-se
na defesa e promoção da liberdade de imprensa e de expressão.
“Porque não se trata só do direito de ter acesso
à informação, do jornalista poder exercer livremente a sua profissão, mas
também de ter uma informação verdadeira,
que não divide as pessoas, que não seja um factor de ódio entre as pessoas, mas sim de um papel
de serviço público, em favor da democracia e do estado de direito”, salientou.
Fátima Proença
acrescentou que é sector da vida social e democratica que se sente que está em
risco no país, neste momento .
“Vivemos tempos
dificeis na Guiné-Bissau, em que os jornalistas estão a ser atacados, as rádios
estão a ser assaltadas, as rádios que
funcionam a dezenas de anos e que foram pedidas as licenças em 72 horas para
legalizar um processo para as quais as regras ainda não estão claras”, lamentou
Fatima Proença.
A Directora da ACEP
disse ser um debate que acontece no momento em que a Guiné-Bissau se depara com
“grave” retrocesso, no dominio da liberdade de imprensa. ANG/LPG/ÂC//SG
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