Moscovo/Kremlin diz que novas sanções da UE são "faca de dois gumes"
Bissau, 05 Mai 22 (ANG) - O Kremlin comentou quarta-feira o novo pacote de sanções que a União Europeia (UE) procura impor a Moscovo nos próximos dias, que prevê deixar progressivamente até final do ano de comprar petróleo russo, afirmando que se trata de "uma faca de dois gumes".
"Em geral, se falarmos de sanções, tanto norte-americanas
como europeias e de outros países, elas são uma faca de dois gumes",
afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, na sua conferência de
imprensa diária.
Acrescentou que os países ocidentais são obrigados a "pagar
um preço elevado" por tentativas de "prejudicar" a Rússia
através das restrições impostas.
"O custo destas sanções para os cidadãos europeus aumentará
a cada dia", sublinhou.
O representante do Kremlin assinalou que "neste momento,
tratam-se de planos" e que "a discussão continua", adiantando que
Moscovo está "atento e avaliará várias opções" para responder ao
sexto pacote de sanções.
Depois do embargo ao carvão que já está em curso, Bruxelas
aponta desta vez para o petróleo, que a UE compra à Rússia, no valor de 74 mil
milhões em 2021, e que os 27 querem deixar de importar progressivamente até ao
final do ano.
A UE pretende também desligar do sistema de mensagens
financeiras SWIFT o banco russo Sberbank, a mais importante entidade bancária
do país que representa 37% do sistema financeiro russo, e outros dois bancos de
média dimensão.
Além disso, está a ser estudada a suspensão das emissões na
União Europeia de três canais de televisão russos que, segundo Bruxelas, se
dedicam a replicar "desinformação e mentiras" do Governo russo sobre
a Ucrânia.
A Comissão Europeia (CE) propôs quarta-feira um sexto pacote de
sanções contra a Rússia, que inclui pela primeira vez deixar de comprar
petróleo russo, embora considerando aplicar este corte gradualmente até final
do ano e podendo haver excepções para a Hungria e à Eslováquia.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da
UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás e
de carvão europeias e também de 25% do petróleo importado pelos 27.ANG/Angop
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