Pescas/Armadores contra nova versão de Lei Geral
Bissau, 23 Mai
22(ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Armadores e Industriais de Pesca
da Guiné-Bissau (ANAPI), Rui Alberto Pinto Pereira disse que a organização é
"totalmente contra" a nova versão da Lei Geral de Pescas, em
preparação pelas autoridades.
Se o parlamento não fosse dissolvido, pelo presidente guineense, os deputados
estariam neste momento a discutir um projeto de lei aprovado pelo governo, em
Conselho de Ministros, que Pinto Pereira considerou como uma "lei
persecutória" para os armadores de pesca.
"Divergimos
quanto ao conceito, divergimos quanto ao espírito, porque a revisão que foi
proposta pelo Ministério das Pescas, que eles chamam de revisão pontual, é
destinada, exclusivamente para aumentar o nivel de arrecadção de receitas para
os cofres do estado e não para a promoção de uma atividade económica",
afirmou Pereira.
O líder da ANAPI
considerou que a nova versão da Lei Geral de Pescas, que disse ter sido
discutida pelo Ministério das Pescas sem a participação de empresas que
trabalham no ramo, ao invés de ajudar para o avanço do setor, inibe
investimentos.
"Consideramos
que a revisão é mais punitiva do que colaboradora com empresas que têm uma
licença legal de pesca nas nossas águas, logo é inibidora da nossa atividade e
quase que nos proíbe de pensar em investimentos", observou Alberto pinto
pereira.
O dirigente
apelou ao Ministério das Pescas para que aproveite o facto de o parlamento ter
sido dissolvido para "voltar atrás" com o projeto de revisão da lei,
chamar todos os intervenientes e preparar um novo texto "que tenha em
conta os problemas e desafios do setor".
Pinto Pereira
adiantou que, praticamente desde a independência da Guiné-Bissau que as
autoridades têm feito "remendos na Lei Geral das Pescas", mas que até
hoje o país ainda não encontrou uma versão que vá ao encontro da dinâmica de
desenvolvimento do setor privado, "que se quer".
"Basta
ver que a Guiné-Bissau é um Estado que só vende licenças de pesca. Um Estado
que só vende licenças não está enquadrado numa perspetiva de dinâmica para
desenvolver todo um setor", observou Pereira.
O
presidente da ANAPI desafia o Ministério das Pescas a ser ousado e que avance
para uma lei "ambiciosa, moderna e que mude o paradigma", no sentido
de "uma verdadeira promoção do setor" das Pescas na Guiné-Bissau.
Alberto
Pinto Pereira defendeu que a nova versão da lei geral de pesca, tal como foi
proposta, "não tem nexo" porque persegue os armadores de pesca
industrial, bem como os da pesca artesanal . ANG/LUSA
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