Clima/EUA destinam 2.250 milhões de euros para combater efeitos de alterações climáticas
Bissau, 21 Jul 22 (ANG) - Os Estados Unidos vão disponibilizar 2.250 milhões de euros para o combate ao calor extremo e outros efeitos nocivos das alterações climáticas, anunciou na quarta-feira à Lusa o presidente Joe Biden.
A medida faz parte de um conjunto de acções executivas perante a
crise climática, que Biden foi forçado a tomar depois do senador democrata Joe
Manchin se ter recusado a aprovar na semana passada um ambicioso pacote
legislativo que incluía biliões de dólares em “investimentos verdes”.
"Já que o Congresso não vai lidar com essa emergência, eu
vou", assegurou Joe Biden durante o seu discurso, em que focou as
oportunidades económicas que a transição energética trará ao país.
Os fundos serão usados para "ajudar as comunidades a
aumentar a sua resiliência perante um amplo conjunto de efeitos do clima,
incluindo ondas de calor, que são particularmente proeminentes", explicou
aos jornalistas um alto funcionário do governo norte-americano.
Além dos recursos, que serão processados através da Agência
Federal de Gestão de Emergências (FEMA), a Casa Branca ampliará o programa de
assistência energética para famílias com baixos rendimentos, que anteriormente
apenas servia para fornecer ajuda de aquecimento no inverno.
A ampliação deste programa fará com que as comunidades mais vulneráveis possam
aproveitar essa ajuda para financiar a instalação de ar condicionado, e os
estados poderão construir "centros de refrigeração" para que os
cidadãos possam se refrescar.
Além disso, as autoridades vão habilitar uma nova área para
construir parques eólicos “offshore” no Golfo do México, que se juntarão às
costas já habilitadas no noroeste do país, e irão promover ainda a construção
de parques eólicos na costa nordeste.
O anúncio de Biden surge num momento em que a Europa enfrenta
uma onda de calor histórica que está a estabelecer novos máximos de temperatura
no Reino Unido e a contribuir para incêndios florestais de grande dimensão em
Portugal, Espanha e França.
O governo norte-americano destacou na terça-feira que os novos
máximos de temperatura registados na Europa demonstram a necessidade de acção
climática, comprometendo-se a "fazer a sua parte" apesar das
contrariedades a nível legislativo e judicial nos Estados Unidos.
Depois de derrotar Donald Trump, céptico sobre alterações
climáticas, nas eleições presidenciais de 2020, Biden estabeleceu novas
ambições nesta área para os Estados Unidos, a maior economia do mundo e o
segundo maior emissor de gases de efeito estufa.
Os Estados Unidos disseram que reduzirão as suas emissões de
gases de efeito estufa em 50% a 52% até 2030, em comparação com 2005.
O enviado da Casa Branca para as alterações climáticas, John
Kerry, referiu à AFP que o seu país está determinado a cumprir as metas de
redução de emissões de gases de efeito estufa, apesar de uma recente decisão
desfavorável do Supremo Tribunal.
"Estamos determinados a atingir os nossos objectivos.
Podemos atingi-los", declarou em 02 de Julho, um dia depois do muito
conservador Supremo Tribunal ter decidido limitar fortemente o poder do Estado
federal na luta contra o aquecimento global.
Os cientistas garantem que já faltam poucos anos para se conseguirem evitar a
subida do aquecimento para níveis tais cujas consequências anunciam dramáticas.ANG/Angop
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