Eleições Senegal/Coligação presidencial venceu legislativas com maioria absoluta
Bissau, 12 Ago 22(ANG) – A
coligação presidencial no Senegal venceu com margem ligeira as eleições
legislativas de 31 de Julho, de acordo com os resultados finais, mantendo uma
maioria absoluta na Assembleia Nacional, obtida graças a um apoio
pós-eleitoral.
Ainda assim, esta força
ganhou uma maioria absoluta de 83 deputados, contra 82 para a oposição, com a
contabilização de um deputado da oposição, Pape Diop, antigo presidente da
Assembleia Nacional e do Senado.
Diop anunciou na
quinta-feira, durante uma conferência de imprensa, que tinha “tomado a decisão
de aderir” à coligação presidencial para evitar “um bloqueio no funcionamento
das instituições” no Senegal.
E adiantou que dada a
natureza presidencial do sistema político senegalês, uma Assembleia Nacional
sob o controlo da oposição conduziria inevitavelmente a uma crise
institucional, que estaria repleta de “todo o tipo de perigos”.
A Assembleia Nacional
tornar-se-ia então, “não um contrapoder, mas sim um estrangulamento à acção do
Presidente da República e do seu governo”, disse Pape Diop.
A aliança da oposição ganhou
80 lugares no Parlamento, incluindo 56 para a coligação “Yewwi Askan Wi”,
liderada pelo principal opositor Ousmane Sonko, e 24 para “Wallu Senegal”,
liderada pelo ex-presidente Abdoulaye Wade (2000-2012), de acordo com o
Conselho Constitucional.
Os outros dois deputados da
oposição provêm das fileiras de duas outras pequenas coligações de partidos.
A aliança da oposição tinha
anunciado que não iria recorrer ao Conselho Constitucional, por falta de
confiança no tribunal.
Yewwi Askan wi também se
tinha queixado, a 04 de Agosto, sobre a “recusa” do CNRV de o deixar
“verificar” as actas das votações em quatro localidades do norte do país, num
bastião do Presidente Sall.
A oposição tinha anunciado
que pretendia uma vitória nas eleições legislativas para impor uma coabitação
ao Presidente Sall e pressioná-lo a desistir do seu plano de concorrer
novamente nas eleições presidenciais de 2024.
O Presidente Sall, eleito em
2012 por sete anos e reeleito em 2019 por cinco anos, permanece vago quanto às
suas intenções.
Prometeu que nomearia um
primeiro-ministro – um cargo que aboliu em 2019 e repôs em Dezembro de 2021 –
do partido vencedor nas eleições.ANGInforpress/Lusa
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