Angola/Forças de defesa nas ruas de
Luanda assustam angolanos
Bissau, 05 Ago
22 (ANG) - O reforço de agentes da defesa e segurança na rua e instituições públicas,
em Luanda, está a ser visto, por populares, como uma medida de
intimidação.
Os angolanos
mostram-se assustados e questionam esta verdadeira exposição de material de
guerra.
Desde ontem e até ao dia 20 de Setembro
foram tomadas medidas preventivas para evitar “incidentes que
perturbem a ordem e tranquilidade públicas”.
O reforço de agentes da defesa e segurança
na rua e instituições públicas, em Luanda, está a ser visto, por populares,
como uma medida de intimidação, numa altura que se aguarda o pronunciamento do
Tribunal Constitucional em relação ao recurso do maior partido da oposição,
a UNITA;
O Tribunal Constitucional de Angola
aceitou a Providência Cautelar entregue pela UNITA. A providência cautelar
contesta os resultados das eleições que deram a vitória ao MPLA. Desta
forma, a atribuição de mandatos fica suspensa até o Tribunal se pronunciar
sobre o caso.
Os angolanos mostram-se assustados e
questionam a exposição de material de guerra. As FAA, Forças Armadas Angolanas,
anunciaram este domingo, 4 de Setembro, a entrada em estado de prontidão
combativa elevada até 20 de Setembro, para prevenir incidentes pós-eleitorais,
sobretudo na capital angolana.
A medida que visa também proteger as
instituições públicas e devolver o sentimento de segurança aos cidadãos,
enquanto durar a crise pós-eleitoral, está a dividir a opinião entre os
luandenses.
Ribeiro da Cunha, reformado de 72 anos,
acha normal o reforço de militares das Forças Armadas Angolanas, da
Polícia Nacional, atendendo ao período que o país atravessa.
“Desde então a polícia sempre esteve na
rua, para manter a ordem e tranquilidade da população. E hoje não vejo
coisa estranha, quando as forças armadas existem para a defesa da integridade
do país”, assegurou Ribeiro da Cunha.
Opinião contrária tem Elone Emanuel, para
quem este dispositivo não se justifica. "Tantos
militares e polícia na rua não se justifica, já que o MPLA alega ser o vencedor
das eleições de 24 de Agosto", explica Elone Emanuel, lembrando ser "anormal
e desnecessário, visto que estamos no pós-eleição e as eleições até correram
bem. Não há razões de estimularem o medo no seio da população", disse
o estudante.
A comerciante Marta Numa confirma a
presença de forças armadas e da polícia em massa no seu bairro, mas que estes
estariam a aproveitar o momento para extorquir dinheiro aos automobilistas.
“O que vejo, principalmente, na minha rua,
eles estão sempre ali, mas a interpelarem, simplesmente, os carros, os
motoqueiros, tudo para quê? Para conseguirem dinheiro. Mas o que eles têm que
fazer, na verdade, não fazem, uma vez que a minha rua tem muitos gatunos”, denuncia Marta Numa, de 26 anos.
O comunicado das FAA alega, ainda, que
serão reforçadas as medidas de segurança em torno dos principais objectivos
económicos e estratégicos e das instituições do Estado, medidas de controlo do
movimento de colunas militares e de restrições na saída de aeronaves militares.ANG/RFI
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