Chile/62% de cidadãos reprovaram alteração da Constituição
Bissau, 06 Set 22 (ANG) - A revisão da Constituição
chilena foi chumbada no referendo deste domingo, 4 de Agosto e em causa estavam
questões como nacionalidade, apoios sociais ou direito ao aborto.
Os resultados indicam a derrota do novo
texto constitucional que tinha o objectivo de substituir a carta magna herdada
de Pinochet e garantia o reconhecimento de vários direitos aos povos indígenas,
além de limitar a exploração mineira.
A rejeição contou com 61,87% dos
votos, quase 7,9 milhões de pessoas, enquanto a aprovação da mudança
constitucional com 38,13% dos votos, pouco mais de 4,8 milhões de
pessoas. Dos votos, 1,54% foram nulos e 0,59% foram em branco.
O Serviço Eleitoral do Chile informou
que, segundo dados preliminares, os eleitores do Chile escolheram, rejeitar a
proposta da nova Constituição e seguir com a carta magna herdada da ditadura de
Augusto Pinochet.
Os chilenos acreditavam
na possibilidade de sair tanto o "não" à nova Constituição, mas
ninguém esperava que os resultados fossem tão díspares. "É muito
desespero e muita gente não estava à espera porque tudo o que foram sondagens
davam alguma vantagem à opção de rejeitar a nova Constituição, mas nunca com
tanta diferença", lembra Ana Figueiredo, professora
universitária em Santiago.
O que influenciou o resultado foi o voto
obrigatório lembra a docente, "sabíamos que iria ser
imprevisível, mas não desta maneira". O facto de dar "mais
direitos sociais aos povos originários" e o "legado
do catolicismo e evangelismo acabaram por ganhar", descreve.
"Creio que a herança de Pinochet
continua com toda a força, ou seja, muitas das pessoas que acabam por dizer não
à nova Constituição são defensoras, abertamente, de Pinochet e do seu legado em
termos económicos. Dar muitos direitos à população indígena também levantou
muitas questões", aponta Ana
Figueiredo.ANG/RFI
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