Comércio/Governo diz que aumento de preços no mercado guineense “é má vontade” dos comerciantes
Bissau,06 Out 22(ANG) - O
ministro do Comércio e Indústria, Abas Djaló, acusou quarta-feira os
comerciantes do país de "pura má vontade" para diminuírem os preços
de produtos de primeira necessidade, apesar das isenções fiscais e aduaneiras
concedidas pelo Governo.
Num encontro com os
comerciantes em Gabu, a 200 quilómetros a leste de Bissau, o governante
explicou que o Governo decidiu baixar de sete para cinco a base tributária de
produtos como o arroz, farinha e óleo, mas os preços aumentaram.
Segundo o ministro, o
Governo acordou com um importador trazer cerca de 50 mil toneladas de arroz,
que estava isento de taxas aduaneiras para baixar o preço no mercado, mas o
importador vendia o arroz ao comerciante como se tivesse pagado as taxas.
O governante disse que
"o esquema", em vez de ajudar a baixar os preços do arroz, provocou a
situação inversa, porque, disse, o importador fez concorrência desleal e ainda
lesou o Estado.
Abas Djaló afirmou que os
incentivos fiscais e aduaneiros que o Governo tem dado aos comerciantes não
estão a ajudar a baixar as taxas.
"Os comerciantes não
querem que os preços baixem. Há pura má vontade da parte dos comerciantes"
na Guiné-Bissau, notou o ministro, que já propôs ao Governo a mudança de
estratégia.
"Escrevi uma carta ao
primeiro-ministro a pedir que o Governo reponha a base tributária dos produtos
de primeira necessidade e que informe os importadores que podem vender ao preço
que quiserem, mas têm de pagar todos os impostos e taxas", defendeu Abas
Djaló.
O ministro do Comércio
afirmou que a Guiné-Bissau, por ser um país pobre, "está a sentir ainda
mais" os reflexos da situação mundial, com a guerra na Ucrânia e a crise
energética, mas também as consequências da instabilidade governativa dos
últimos anos.
O governante considerou,
contudo, que isso não pode ser motivo para que os comerciantes não olhem para a
situação geral da população, sobretudo, disse, com as medidas que têm sido
propostas pelo Governo.
O preço dos produtos de
primeira necessidade na Guiné-Bissau tem aumentado quase todas as semanas.
Um saco de arroz, base
alimentar dos guineenses, de 50 quilogramas passou dos 16 mil francos cfa para
23 mil francos cfa.
O ordenado mínimo na
Guiné-Bissau é de 50.000 francos cfa, mas ainda há pessoas que recebem menos do
que aquele valor.ANG/Lusa
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