Etiópia Ocidental/Mais de 70 mortos em ataques aéreos contra grupo rebelde
Bissau, 27 Out 22(ANG) – Mais de 70 pessoas, incluindo civis, morreram na última semana em ataques com drones alegadamente perpetrados pelo Governo etíope contra o rebelde Exército de Libertação Oromo (OLA) na Etiópia ocidental, segundo testemunhas citadas pela agência de notícias EFE.
“Mais
de 70 pessoas, incluindo civis, foram mortas num ataque com drone a 19 de
Outubro, quando o OLA estava a integrar militantes que tinha treinado no
distrito de Cobi, na zona de Shawa Ocidental na região de Oromia”, disse uma
testemunha que solicitou o anonimato.
Segundo
a mesma fonte, a maioria dos mortos no ataque eram civis forçados pelo grupo
armado a assistir à cerimónia de graduação dos militantes.
Pelo
menos 120 pessoas foram também feridas neste ataque com drones, de acordo com a
testemunha.
Para
além dos ataques aéreos na zona de Shawa Ocidental, ataques semelhantes tiveram
lugar no distrito de Nunu Kumba, na zona leste de Welega, nos dias 21 e 22 de
Outubro, disseram à EFE residentes locais.
O
porta-voz do OLA, Odaa Tarbii, disse esta terça-feira na sua conta do Twitter
que pelo menos seis ataques com drones tiveram lugar em várias partes da região
de Oromia desde 20 de Outubro.
“Só
em Shawa Ocidental, mais de 150 civis foram confirmados mortos em resultado de
ataques com drones em Meta Wolqite e Cobi”, disse Odaa.
Segundo
o representante do movimento rebelde, esta terça-feira uma escola em Cobi foi
atingido num outro ataque aéreo, em que dezenas de estudantes foram mortos.
A EFE
não conseguiu obter comentários das autoridades regionais de Oromia e dos
oficiais de comunicações do governo federal etíope sobre os civis mortos nos
ataques aéreos.
O OLA
é um grupo rebelde que procura a autodeterminação do povo Oromo na Etiópia, que
se separou da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de esse partido ter
deposto as armas para regressar ao país para fazer política a convite do
primeiro-ministro Abiy Ahmed em 2018, quando este chegou ao poder.
Desde
então, o grupo rebelde, listado em 2020 como um grupo terrorista pelo executivo
etíope, tem utilizado Oromia como base para as suas operações.
O
conflito na região de Oromia é diferente da guerra que tem vindo a decorrer
desde Novembro de 2020 entre o Governo etíope e os rebeldes na região norte de
Tigray, a Frente de Libertação Popular de Tigray (TPLF).
No
entanto, a TPLF e o OLA anunciaram uma aliança em Agosto de 2021 para unir
forças contra o governo federal etíope. ANG/Inforpress/Lusa
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